Editorial

A polêmica gerada em torno das declarações da presidente da Petrobras Maria das Graças Foster ganhou uma dimensão um pouco exagerada e desnecessária. Afinal ela em momento algum contestou a importância do conteúdo nacional ou cogitou a possibilidade de alguma mudança de rota. Mesmo porque mudar a rota não é tão simples assim e não depende dela. Graça Foster sequer passou um pito nos estaleiros e armadores, embora uma parcela das encomendas do Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo) esteja atrasada. Pelo contrário, ela disse que a estatal tem dificuldades com a indústria de bens e serviços do mundo todo e chegou a admitir que a Petrobras acaba por cobrar mais das brasileiras. Até por ser muito cobrada pela presidente Dilma Roussef sobre a recuperação da indústria naval brasileira.

Todas as partes envolvidas tem sua parcela de responsabilidade pelos resultados obtidos até agora com o Prorefam. Muitos estaleiros parecem não ter conseguido ainda ultrapassar a fase da tão falada curva de aprendizagem, outros têm problemas crônicos de gestão, outros ainda podem ter dado um passo maior do que a perna ao assumir obras além de suas capacidades. As armadoras, por sua vez, são pressionadas pelas taxas internacionais ao mesmo tempo em que negociam com estaleiros que cobram preços bem diferentes dos praticados na Ásia ou mesmo na Europa. Não que todas elas sejam exatamente modelos de gestão.


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