Relatório PN

Duas entregas
Mais duas embarcações financiadas pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) foram concluídas em Santa Catarina. Ambas destinam-se ao apoio a atividades de extração de petróleo na Bacia de Campos e são contratadas pela Petrobras. O barco Starnav Ursus, modelo PSV 4.500 Fluid Carrier (adaptado para o transporte de fluidos a serem utilizados nas plataformas) possui 91 metros de comprimento, 6,25 metros de calado máximo e capacidade de carga de 4,5 mil toneladas. Tem valor total de R$ 80 milhões, dos quais 82% são financiados pelo FMM, por meio do BNDES, e com conteúdo nacional de 65%. A embarcação foi construída no Estaleiro Detroit Brasil.
A outra embarcação foi construída no Estaleiro Navship. Trata-se do barco Bram Buccaner, modelo PSV NA 300E CD (adaptado para transporte e suprimentos em geral), que possui 92,6 metros de comprimento e 6,35 metros de calado. O projeto, que teve 72% dos componentes de fabricação nacional, contou com um investimento total de R$ 78 milhões, dos quais 77% foram financiados pelo Fundo por meio do BNDES e do Banco do Brasil.

Finep
A Finep publicou em novembro os resultados finais do edital Navipeças. Foram 21 propostas aprovadas no total de R$ 28,6 milhões. Não reembolsáveis, os recursos são provenientes do FNDCT/Fundos Setoriais, destinados a apoiar projetos cooperativos entre instituições de pesquisa científica e tecnológica e empresas especializadas. A Oceânica Engenharia, Consultoria e Projetos pretende desenvolver um sistema de gerenciamento do tráfego das embarcações em canais de acesso. O investimento será de R$ 1,28 milhão. A mesma empresa também solicitou recurso da Finep para a produção de um sistema de monitoramento remoto de embarcações. O projeto, que será realizado junto com a Tegris Comércio de Equipamentos de Monitoramento, Acionamento e Controle, demandará investimentos de R$ 1,17 milhão. Integração de Tecnologias e Soluções para Automação e Controle de Cargas na Cadeia Produtiva do Setor Naval é o título do projeto que a Solentech - Solution, Engineering & Technology - Prestação de Serviços de Tecnologia em Telecomunicações desenvolverá. Os recursos estão estimados em R$ 2,13 milhões. Já a Technomaster Equipamentos obterá R$ 1,69 milhão na consolidação de um sistema integrado de navegação. Quem também teve o projeto aprovado pela Finep foi a Dtecto, que fará um sistema de governo com comando azimutal no valor de R$ 1,12 milhão. A Indústria Naval do Ceará (Inace) também foi contemplada no edital da Finep. O estaleiro pretende produzir um sistema de posicionamento dinâmico para embarcações de apoio marítimo. O projeto demandará recursos no valor de R$ 1,31 milhão.

Contratos
A DOF Subsea Chartering AS, subsidiária da DOF Subsea AS, e a Norskan Offshore Ltda., ambas empresas do grupo DOF Brasil, assinaram uma série de contratos com a Petrobras. Com a DOF Subsea, a estatal assinou cinco contratos de ROV, com duração de quatro anos cada, e opção de extensão por mais quatro. Três desses ROV serão instalados em embarcações do grupo DOF e dois serão instalados em navios de terceiros. Já a Norskan Offshore assinou dois contratos com a Petrobras: o primeiro envolve o manuseador de âncoras Skandi Ipanema, com duração de quatro anos e opção de extensão de mais quatro. O contrato tem previsão de início de 90 dias após a assinatura, no início de 2014. O segundo se refere ao Skandi Botafogo, também manuseador de âncoras, com duração de dois anos. A DOF Subsea Brasil também vai gerenciar ROVs em ambas as embarcações da Norskan Offshore.

Simulador
A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) lançou no dia 28 de novembro, com recursos da Transpetro, o primeiro simulador de manobras Full-Mission desenvolvido inteiramente no Brasil. No mesmo dia, a USP também inaugurou o seu Centro de Simulação de Manobras Navais, composto por três simuladores. Um deles foi o Full-Mission, desenvolvido pela universidade durante oito meses. O simulador conta com todos os equipamentos de um navio moderno, como radar, cartas náuticas, propulsores azimutais, além de ponte completa de comando de navio e sistema de visualização 360º. Foram investidos cerca de R$ 200 mil em equipamentos. Este simulador é integrado a outros dois: um simulador com sistema de visualização de 270° que simula manobras de navios menores, como rebocadores, e um simulador de ambiente 4D, utilizado geralmente para embarcações offshore. De acordo com o professor do Departamento de Engenharia Mecatrônica e de Sistemas Mecânicos da Poli/USP e um dos coordenadores do projeto, Eduardo Tannuri, o simulador Full-Mission é uma ferramenta importante para garantir projetos seguros e eficientes e para atender às demandas portuárias crescentes. “Temos uma demanda no Brasil por aumentar a eficiência dos portos. São muitas obras e muitas respostas técnicas que precisam ser dadas. Uma das formas é uma análise por meio de simulador. Com isso garantimos projetos mais embasados tecnicamente”, destaca Tannuri, acrescentando que a simulação, desde a modelagem até a emissão do relatório, leva cerca de dois meses. O professor destaca também que o projeto de um porto ou a melhoria de sua infraestrutura deve sempre passar por avaliações numéricas e experimentais, que englobam desde o estudo da obra civil, condições ambientais, até abrigo de ondas e manobrabilidade.


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