Especialistas afirmam que é cedo para falar em seca recorde no Amazonas

Na capital, foi possível observar flutuantes e embarcações encalhados. Em alguns trechos de rios, o leito encontrava-se rachado, formando uma paisagem desoladora

A ocorrência de uma possível seca recorde para este ano depende da falta de precipitações (chuvas) na cabeceira dos principais rios da bacia amazônica e de um fenômeno conhecido como repiquete, que é o movimento rápido de subida e descida das águas, interrompendo tanto a vazante quanto a seca. A afirmação foi dada ontem pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).

O órgão confirmou ainda que, em Tabatinga (a 1.105 quilômetros de Manaus), o nível do rio vem subindo desde o dia 17 de setembro, e que, nas últimas 24 horas, a subida do Solimões, naquela região, foi de 10 centímetros. “Tabatinga é um ponto de apoio. Nesse local, o rio subiu e, consequentemente, deve ter repercussão aqui no rio Negro. Por outro lado, existe o fenômeno do repiquete, isto é, o rio Solimões subiu em Tabatinga, mas pode baixar de repente, ou vice-versa. Portanto, ainda é cedo para afirmar que vai haver uma seca recorde ou se, a partir de agora, o rio vai continuar subindo. Vamos esperar”, explicou o gerente de hidrologia do CPRM, Daniel Oliveira.

Ainda conforme o gerente, os efeitos da subida do rio em Tabatinga só começarão a ser percebidos em Manaus dentro de 15 ou 25 dias. “Desde 17 de setembro, o rio, naquele município, está subindo, em média, 10 centímetros por dia. Hoje (27), media 2,70 metros e vamos continuar com o monitoramento”, disse. De acordo com o encarregado do serviço hidrográfico do Porto de Manaus, Valderino Pereira da Silva, ainda é cedo para afirmar alguma coisa sobre a seca. “Não podemos nos precipitar, apesar de que houve, em alguns dias, um ritmo acelerado da vazante”, contou.

Segundo Valderino, a cota de ontem estava em 17,84 metros, 74 centímetro acima da cota apresentada no ano passado, no mesmo período. De segunda-feira até ontem, o rio Negro baixou 21 centímetros, afirmou o encarregado. Conforme o presidente da Associação dos Municípios do Amazonas (AMA), Jair Souto, a seca deste ano ainda não é grave. “No entorno de Manaus a seca ainda não é grave. Apesar disso, temos que ficar em alerta. Sobre outros municípios, o levantamento ficará pronto amanhã (hoje, 28) à tarde”, disse, acrescentando que, no Município de Manaquiri (a 60 quilômetros de Manaus), o rio baixa entre 10 e 20 centímetros por dia e que as chuvas que têm ocorrido são rápidas. “O abastecimento de água continua normal e o panorama ainda não é grave. Esperamos que não aconteça o que ocorreu no ano passado”, concluiu. Segundo o presidente da Federação dos Pescadores do Estado do Amazonas (Fepesca), Walzenir Falcão, a seca ainda não causa prejuízo. “Ainda é uma seca até de forma natural.”

Fonte: A Crítica (Manaus)/MILTON DE OLIVEIRA



Praticagem

   ATP    GHT    abtp
       

Hidroclean

 

 

Países Baixos

 

  Sinaval   Assine Portos e Navios