Mercosul Line prevê crescer 20%

A Mercosul Line, empresa de cabotagem que atua no Brasil, prevê crescer 20% neste ano, quase o dobro do valor estimado. Se concretizado, vai passar de 105 mil Teus (contêineres de 20 pés) transportados no ano passado para 126 mil Teus neste ano, crescimento em linha com o que o mercado de navegação doméstica projeta, diz Roberto Rodrigues, principal executivo da empresa no Brasil.

A companhia é uma subsidiária da Maersk Line, líder mundial no transporte de contêineres no longo curso. Detém 18% do mercado de navegação doméstica no Brasil, fatia que deve se manter neste ano. A Mercosul tem escalas semanais fixas em seis portos, com dois navios próprios, além de atuar com uma terceira embarcação por meio de uma parceria com outros armadores.

A revisão de crescimento para cima se deu em razão dos bons resultados do primeiro trimestre, que avançaram 17%, puxada principalmente por aumento de cargas frigorificadas - sobe mais de 30% --, e por produtos siderúrgicos e papel. Há ainda boas perspectivas até o fim do ano no segmento de eletrônicos da Zona Franca de Manaus rumo ao Sudeste e Sul para vendas do Natal.

Os números incluem, além do transporte de cargas domésticas, o serviço "feeder", assim denominada a distribuição de cargas internacionais que desembarcam num porto concentrador para portos menores.

A empresa aposta ainda na "Lei do Descanso", que fixou intervalo para a jornada do caminhoneiro, esvaziando a vantagem competitiva do transporte rodoviário frente à cabotagem na longa distância. "Muita coisa que é produzida em Manaus poderia descer de caminhão. A lei do motorista trouxe uma nova oportunidade para as empresas reavaliarem o seu mix de logística", diz Rodrigues.

No trecho entre os portos de Manaus e Santos, cita como exemplo, da coleta da carga na fábrica, passando pelo transporte entre os portos, até o desembarque e entrega da mercadoria no cliente, são cerca de 15 dias. Em média dois a mais que no caminhão.

"Mas tem o benefício de o custo total na cabotagem ser até 15% mais barato", pondera Rodrigues. Essa diferença diz respeito a economias com avaria da carga, que no transporte rodoviário é maior, e no custo do seguro contra roubo de cargas, também alto para quem usa as rodovias.

Rodrigues cita ainda os benefícios ambientais e sociais que a opção pela cabotagem traz, com a redução das emissões de gases nocivos ao meio ambiente, questão especialmente relevante entre multinacionais que têm metas para adotar soluções sustentáveis.

Atualmente, a indústria opera com mais de 20 navios com capacidade anual para transportar 800 mil Teus, uma ampla oferta para uma demanda de 550 mil Teus, realizada em 2012.

"O governo quer elevar a participação do setor de cabotagem no mercado logístico local dos atuais 12% para 25%, impulsionando a competitividade e a integração inter-regional. Em nossa opinião, isso significa que o mercado tem potencial para acrescentar mais de 1,5 milhão de Teus/ano, reduzindo a frota de caminhões nas estradas brasileiras em 1 milhão", disse.

Fonte: Valor Econômico/Por Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos



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