Artigo - Navegar pelos rios da cidade, uma realidade possível

Por Casemiro Tércio Carvalho

Oferecer a São Paulo uma logística de transporte econômica e que ajude a desafogar o tráfego tem sido fonte dos trabalhos do Governo do Estado. 

Partindo desse princípio e diante dos recursos naturais que o Estado dispõe como o rio Tietê, que transporta sete milhões/ton. de cargas pela hidrovia Tietê-Paraná, elaboramos os estudos da Hidrovia Metropolitana, uma obra do Governo de São Paulo.  O projeto do Departamento Hidroviário visa criar uma via navegável para cargas e passageiros na RMSP utilizando os rios Tietê, Pinheiros, as represas Billings e Taiaçupeba e um canal artificial com 18 km de extensão. 

Os Estudos de Pré-Viabilidade da Hidrovia Metropolitana foram elaborados e indicaram potencial imediato para transportar cargas como sedimentos de dragagem, lodo das estações de tratamento, entulho de construção, solo de escavação e resíduos sólidos urbanos. O uso da Hidrovia poderá, ainda, tirar de circulação do viário urbano cerca de 2,8 milhões/ton. de cargas/ano ou 112 mil viagens de caminhão/ano.  Outro ganho importante diz respeito ao meio ambiente, pois a utilização do transporte hidroviário leva a uma redução drástica da emissão de gases poluentes locais e de efeito estufa, contribuindo para a qualidade do ar na metrópole e colaborando no combate do aquecimento global. 

O primeiro passo para o projeto foi dado em 19/11 com início das obras da Eclusa da Barragem da Penha. Orçada em R$ 101 milhões, a eclusa acrescentará 14 km de navegação no rio Tietê na RMSP, totalizando 55 km. Destinada ao transporte de cargas urbanas - e no futuro aos passageiros - a obra ajudará também no controle das enchentes pois o reservatório da Penha poderá reter até  5 milhões m3 de água, equivalente a 65 piscinões do Pacaembu. 

Sem dúvida, a Hidrovia Metropolitana é um projeto ambicioso, que demanda longo prazo mas que é possível implantar. Navegar é preciso, como já dizia Camões em seus poemas. Basta que não só o Estado faça sua parte, mas as prefeituras e a iniciativa privada se unam para viabilizá-lo, pois quem ganha é a cidade, seja no papel das empresas ou da população, já que ambos dependem do transporte e trafegam pelas ruas, e quem sabe pelos rios da cidade num futuro próximo.

Casemiro Tércio Carvalho é Engenheiro Naval, Diretor do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo e Diretor-Presidente da Companhia Docas de São Sebastião

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