Navio Adamastos parte com destino ao porto de Cádiz, na Espanha

O navio Adamastos, de bandeira liberiada, que estava desde agosto de 2014 fundeado a cerca de 15 quilômetros do Porto do Rio Grande, finalmente partiu, na tarde desta última quinta (23), com destino ao porto de Cádiz, no sul da Espanha. Segundo informação do capitão dos portos, José Vicente Alvarenga Filho, a embarcação partiu por volta das 14h, sem tripulação. O navio está sendo rebocado, a uma velocidade média de 5 quilômetros por hora, por um rebocador holandês contratado pela empresa Cargo Recovery Consultants S.A. (CRC) e tem previsão de chegar ao porto espanhol no final do mês de maio.

A carga do navio, cerca de 60 mil toneladas de soja, permanece na embarcação. Em recente acordo homologado na 1ª Vara Federal do Rio Grande, a empresa CRC, após negociar dívidas do navio, ficou responsável pela destinação da embarcação e da soja nele depositada. Além disso, comprometeu-se a adotar as medidas necessárias para garantir a proteção ambiental e a segurança da navegação. Mediante o acordo, a ação judicial fica suspensa por até seis meses, vinculando a extinção do processo ao cumprimento de algumas condições. A CRC deverá informar mensalmente ao juízo a situação em que se encontra a operação de reboque do navio, até a chegada ao destino final. A empresa também deverá apresentar comprovação documental do local em que será descarregada a soja e da inspeção fitossanitária da carga no país de destino, com a cientificação das autoridades aduaneiras competentes.

O capitão dos portos informou ainda que os preparativos para a partida do navio levaram cerca de oito horas (das 6h até às 14h) e envolveu cerca de 30 pessoas, além da tripulação do rebocador, que conta com aproximadamente 20 tripulantes. A dificuldade, de acordo com ele, foi no que diz respeito à retirada de materiais obsoletos do navio, como geradores, contêineres, tambores de combustíveis, equipamentos de solda etc, para viabilizar o reboque. O capitão Alvarenga afirmou ainda que a partida do navio é uma grande vitória para a comunidade, porque a embarcação abandonada poderia trazer consequências para o meio ambiente.

Relembre

O navio, de origem liberiana, foi carregado no Porto do Rio Grande com 59 mil toneladas de soja, em agosto, mas ao sair de um terminal, acabou encalhando. Rebocadores foram contratados e levaram o navio do canal de navegação a uma área a cerca de 15 quilômetros da entrada do porto. A embarcação apresentava problemas estruturais e financeiros.
 
A União ingressou, em 31 de dezembro de 2014, com ação na Justiça Federal contra oito empresas, pleiteando contratação de nova equipe de tripulantes para operar o navio, conserto da embarcação e destinação definitiva da carga, avaliada em R$32 milhões.
 
Ainda no final do ano, a JF em Rio Grande negou o pedido de antecipação de tutela. Em grau de recurso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região deferiu liminar, determinando que as empresas responsáveis providenciassem nova tripulação, consertassem a embarcação e retirassem a soja estocada dos porões.
 
Desde janeiro, quando a tripulação definitivamente deixou o navio, a Marinha do Brasil passou a guarnecer a embarcação, através de uma equipe composta por sete militares (um oficial e seis praças). A equipe permaneceu dioturnamente na embarcação, revesando-se com outros militares a cada quatro ou cinco dias, com a finalidade de realizar o envio de sinais, através do sistema AIS, para que outras embarcações não se aproximassem, além de acender as luzes noturnas do navio. A Marinha guarneceu o navio até o dia 27 de março, quando a CRC assumiu a embarcação.

Fonte: Jornal Agora (RS)/Por Tatiane Fernandes



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