Navio inicia estudos científicos hoje

Pesquisas importantes para a compreensão das mais diversas influências oceânicas no meio ambiente, como o clima, são os objetivos principais do navio alemão Meteor, aportado na última sexta-feira (28) em Fortaleza. A embarcação, composta por 30 cientistas de diferentes nacionalidades, inclusive brasileira, segue viagem, hoje, rumo à África, mais precisamente à Namíbia, e começa os estudos científicos.

A vinda do navio alemão Meteor faz parte das atividades do projeto Alemanha + Brasil 2013 -2014. Agora, a embarcação vai à Namíbia, na África, onde deve chegar no próximo dia 29 de julho Foto: Waleska Santiago

Instrumentos modernos ajudarão os estudiosos a colher amostras de materiais localizados em águas profundas para serem analisados pela equipe que se divide em diferentes áreas, a exemplo da química, biológica e física. Único brasileiro a bordo, o professor de Oceanografia Física do Departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Mário Pereira, 63, irá concentrar suas análises nas variações das correntes marítimas.

"O oceano é o moderador do que ocorre no mundo todo. Sabemos que ele está ligado, especialmente, às mudanças climáticas. Mas precisamos entender como são as interferências e de que maneira acontecem. Estudar o oceano é indiretamente estudar o clima", destaca o pesquisador.

Ao colher o material, como a água do oceano, Mário e os demais estudiosos, muitos integrantes da Universidade de Kiel, na Alemanha, possuem a chance de averiguar fatores importantes que vão desde a temperatura, a salinidade, a densidade até de que forma se dá o transporte de sedimentos pela corrente oceânica. Tais dados irão se juntar a outros obtidos com pesquisas executadas em diferentes momentos para assim ser apresentado algum resultado. "Darmos uma conclusão é complicado. A ciência está sempre em construção. Ela se faz em décadas de pesquisas", afirma Mário.

Consequências

Os estudos científicos do Meteor começam nesta segunda-feira. Ao partir do Porto do Mucuripe, a embarcação inicia o recolhimento do material por meio dos equipamentos colocados, estrategicamente, próximo à costa cearense. A partir disso, os cientistas farão paradas apenas em alto-mar a fim de coletar os sedimentos. Estes poderão ser analisados no próprio navio, que conta com laboratórios compostos por equipamentos tecnológicos importantes.

O projeto, organizado pelo Instituto de Oceanografia da Universidade de Hamburgo, na Alemanha, poderá ainda apontar mudanças que interferem na sobrevivência humana. Ao colher os materiais e examinar os dados, os cientistas têm a possibilidade de saber os motivos das mudanças na cadeia trófica (cadeia alimentar), ligada aos peixes, um dos níveis básicos da alimentação do homem. Outro ponto é a erosão, fenômeno que vem sendo registrado frequentemente nas praias cearenses.

"Havendo mudanças no mar, acontecem alterações na cadeia trófica e até na atividade pesqueira. É uma série de várias consequências. Por isso a importância desse e de outros estudos oceanográficos", comenta o professor e estudioso.

A previsão é que o Meteor chegue à África no dia 29 de julho. Em seguida, o navio segue para outras expedições científicas. A ideia, segundo Mário, é que ele não aporte no trajeto. O navio, ao todo, já percorreu mais de um milhão de milhas marinhas, desde 1986. Nessas viajens, atravessou o Atlântico Norte e Sul do ártico e Antártica, o oceano Índico e Pacífico, e os mares Mediterrâneo e Negro.

FIQUE POR DENTRO

Embarcação moderna e sustentável

O Meteor abriga em seu interior uma área de 400 metros quadrados de laboratório, molinetes para a realização de pesquisas com fios e cabos que chegam a 11 mil metros, inúmeros guindastes e dispositivos de elevação com o intuito de possibilitar a utilização de diferentes instrumentos para os estudos oceanógrafos.

Os 30 cientistas participantes da missão podem trabalhar por até 24 horas por dia sob condições consideradas ideais devido, sobretudo, à estrutura da embarcação. Esta pode ser comparada a uma pequena cidade, já que conta com usina elétrica, processamento ecológico do lixo e de água potável e estação de tratamento biológico da água. Os equipamentos modernos colaboram para que o ambiente marinho não seja prejudicado.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)



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