A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 23,7 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, maior valor desde 2011 e 4,7 vezes superior ao mesmo período do ano anterior. O EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu o recorde histórico, de R$ 85,7 bilhões, com margem de 33%. Esse desempenho se deve às maiores margens nas exportações e vendas de derivados no Brasil, impulsionadas pelo aumento do Brent e depreciação do real. Além disso, contribuíram para esse resultado o aumento nas vendas de diesel, a disciplina de controle de gastos e as menores despesas com juros, devido à redução do endividamento.
No terceiro trimestre deste ano, foi alcançada uma Taxa de Acidentados Registráveis (TAR) de 1,06, mesmo patamar do trimestre anterior. O compromisso é de observar o limite de alerta de 1,0.
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Em 27 de setembro foram firmados acordos com DOJ e SEC para encerramento das investigações das autoridades norte-americanas, no valor de R$ 3,5 bilhões, reduzindo os riscos para a companhia. Excluindo-se esses acordos, bem como os efeitos da Class Action, o lucro líquido seria de R$ 10,3 bilhões no trimestre e R$ 28 bilhões no acumulado do ano.
“Nossos resultados financeiros comprovam que já estamos colhendo uma série de frutos decorrentes de nossa recuperação. É o terceiro trimestre seguido em que registramos lucro líquido”, disse o presidente da Petrobras, Ivan Monteiro. “Arrumamos a casa. A retomada do nosso crescimento é positiva não só para a Petrobras, como também para o país, uma vez que a empresa gera recursos para a sociedade por meio de tributos e participação nos lucros, contribuindo para o desenvolvimento do Brasil pela cadeia de valor do nosso negócio”, afirmou.
Nos primeiros nove meses de 2018, a Petrobras gerou R$ 116,2 bilhões em tributos municipais, estaduais e federais, além das participações governamentais, e mais R$ 10,6 bilhões em participações nos lucros, totalizando R$ 126,8 bilhões.
O endividamento líquido da companhia diminuiu 14% nos primeiros nove meses deste ano em relação a dezembro de 2017, atingindo US$ 72,9 bilhões em setembro, o menor nível desde 2012. Com a queda da dívida, a despesa de juros caiu de US$ 5,7 bilhões, nos nove primeiros meses de 2017, para US$ 4,5 bilhões, no mesmo período de 2018. Além disso, a gestão ativa da dívida possibilitou o alongamento do prazo médio para 9 anos, com taxa média dos financiamentos de 6,2%.
A relação entre a dívida líquida e o EBITDA ajustado (geração de caixa) prosseguiu em queda, caindo de 3,67 dezembro de 2017 para 2,96 em setembro de 2018. Excluindo-se os recursos provisionados para o acordo de Class Action, a companhia apresentaria relação entre dívida liquida e EBITDA de 2,66, próxima à meta anunciada no planejamento estratégico de reduzir de 2,5 vezes até o fim de 2018.
O lucro operacional atingiu R$ 51,5 bilhões, refletindo um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia alcançou esse resultado apesar da queda no volume total de vendas de derivados no mercado interno e dos maiores gastos com participações governamentais.
O Fluxo de Caixa Livre permaneceu positivo pelo décimo quarto trimestre consecutivo, totalizando R$ 37,5 bilhões no acumulado do ano devido ao aumento da geração operacional. Houve, ainda, maior realização de investimentos nos nove primeiros meses do ano, totalizando R$ 32,3 bilhões, 10% superior ao mesmo período do ano anterior. Desse total, 89% foram destinados para a área de exploração e produção.
Destaques Operacionais
A produção total de petróleo e gás natural da Petrobras nos nove primeiros meses de 2018 foi de 2 milhões 617 mil barris de óleo equivalente (boe), 6% menor em relação ao mesmo período de 2017. Esse desempenho se deve, principalmente, ao desinvestimento dos campos de Lapa e Roncador.
Em comparação aos nove primeiros meses do ano passado, a produção de derivados no Brasil caiu 2% e a venda doméstica, 4%, devido à redução nas vendas de nafta para a Braskem e à perda de participação de mercado da gasolina para o etanol. As vendas de diesel, no entanto, aumentaram 6% devido ao ganho de market share e ao aumento da demanda.
A companhia manteve sua posição de exportadora líquida, com saldo de 272 mil bpd nos nove primeiros meses deste ano.
Outros destaques
Início da produção de três novos sistemas de produção no ano, com os navios-plataformas Cidade Campos dos Goytacazes no campo de Tartaruga Verde; P-74 no campo de Búzios e P-69 no campo de Lula, que entrou em operação no último dia 23/10;
Aquisição do bloco Sudoeste de Tartaruga Verde, na 5ª rodada de partilha promovida pela ANP;
Estabelecimento de parcerias com Equinor para negócios no segmento de energia eólica offshore no Brasil; com a Total no segmento de energias renováveis; com a CNPC, no projeto do Comperj e cluster de Marlim; e com a Murphy, para atuação no Golfo do México;
Assinatura do Pacto de Integridade com outras 13 empresas da indústria de óleo, gás e biocombustíveis para aprimoramento das medidas de transparência e prevenção à corrupção;
Recebimento do montante de R$ 1,6 bilhão referente à segunda fase do programa de subvenção do diesel;
Adoção do mecanismo de hedge complementar para a gasolina, permitindo maior espaçamento nos reajustes de preços;
Ressarcimento à companhia de R$ 1,7 bilhão de recursos recuperados pela operação Lava-Jato;
Implementação do novo Plano de Carreiras e Remuneração, valorizando a mobilidade e a meritocracia;
Retomada da operação da REPLAN, com 50% de sua capacidade, após sinistro sem ocorrência de acidentados.
Fonte: Ascom Petrobras