O Brasil foi o maior exportador de carne bovina do mundo em 2024, com um faturamento superior a US$ 12,8 bilhões e 2,8 milhões de toneladas embarcadas, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Em 2025, até o momento, já foram exportadas 423.833 toneladas, totalizando mais de US$ 2 bilhões em receita.
Para manter o desempenho, o país fechou acordos comerciais com Japão e Vietnã, em busca de novos mercados estratégicos. A iniciativa ocorre no contexto da imposição de tarifas de 10% pelos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros. De acordo com Rogério Marin, especialista em comércio exterior e CEO da Tek Trade, a medida tem pouco potencial de impacto, já que os EUA continuam importando carne brasileira para atender à demanda interna e nichos específicos, como carne magra para hambúrgueres. Em 2024, o país importou 229 mil toneladas da proteína, um crescimento em relação ao ano anterior.
PUBLICIDADE
Estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetam exportações brasileiras entre 3,6 e 3,7 milhões de toneladas em 2025. A expectativa se apoia na desvalorização do real, na retração de concorrentes como Austrália e Nova Zelândia e na expansão de acordos comerciais.
A China segue como principal destino da carne brasileira, seguida por Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Chile e Hong Kong. Com a abertura para o Japão e o Vietnã, o Brasil busca reduzir a dependência chinesa. O mercado japonês representa alta rentabilidade pela demanda por produtos premium, enquanto o Vietnã se mostra promissor com o crescimento da classe média. A entrada nesses mercados exige avanços em rastreabilidade e certificações, mas tende a oferecer bom retorno.