CCR terá quatro divisões de negócios

Maior companhia de concessões de infraestrutura de transportes do país, a CCR se prepara para um ciclo de crescimento "qualificado". A principal - mas não única - medida da estratégia é uma nova organização interna, com a criação de quatro divisões: Rodovias 1, que engloba as concessões no Estado de São Paulo; Rodovias 2, responsável pelas concessões federais e as do Rio de Janeiro; Mobilidade Urbana; e Aeroportos. Hoje, são 25 ativos independentes imediatamente abaixo da holding.

A empresa anunciou a medida na sexta-feira passada, em um megaevento fechado para cerca de 400 executivos (a partir de cargos de gerência), apurou o Valor. Cada divisão terá um gestor: três deles já foram escolhidos e são executivos da casa. A meta é que eles tenham a disponibilidade e a delegação para fazer as coisas andarem mais rapidamente. Serão responsáveis não só pela gestão, mas pelo desenvolvimento de novos negócios de sua unidade.


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A proposta dessa organização interna ainda será submetida ao conselho de administração da CCR até o fim deste mês. Cada divisão será implementada em um momento - a de aeroportos, por exemplo, será imediatamente. A expectativa é que todas as áreas estejam em pleno funcionamento no início de 2018.

O crescimento qualificado pressupõe alguns passos: disciplina de capital ante crescer a qualquer preço; evitar correr riscos desnecessários no mercado financeiro; atenção aos interesses dos usuários; e atentar para o rigoroso cumprimento de contratos.

O recente follow on (nova oferta de ações), por meio do qual a CCR captou R$ 4 bilhões, é parte integrante dessa estratégia de crescimento, maturada ao longo de 2016 e que agora começa a implementar. O Valor apurou que existem quase dez acordos de confidencialidade assinados pela empresa por meio dos quais avalia novas oportunidades, pelo menos um desses seria fora do país.

Procurada para detalhar o plano, a CCR não se manifestou.

No último CCR Day, evento voltado a analistas de mercado e investidores realizado em novembro, a companhia destacou que elegeu os setores de aeroportos, nos Estados Unidos - onde tem uma empresa de serviço aéreos, a TAS - e rodovias na América Latina como foco de sua expansão internacional.

No Brasil, o interesse da empresa, segundo fontes de mercado a par do assunto, seria o mercado secundário, em ebulição com as oportunidades abertas por concessionárias em dificuldades financeiras ou que procuram sócios - em alguns casos as duas coisas. Novamente o foco são aeroportos - da primeira rodada de concessões - e rodovias.

O novo momento da CCR pode ser encarado como "o passo seguinte" de um grupo que conseguiu crescer como genuíno prestador de serviços de concessões de transportes. Parte da crise de credibilidade que acomete concessionárias brasileiras derivadas de empresas construtoras advém da lógica de encarar a concessão como o "ônus" a se pagar pelo "prêmio" de fazer a obra.

No caso da CCR, que tem três grupos da área de construção pesada como acionistas - Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Soares Penido -, a seleção para a realização das obras dos ativos de concessões é feita mediante concorrência aberta ao mercado, algo que é correntemente ressaltado pela empresa como positivo. Cada uma das empresas tem quase 15% do capital social da CCR, o restante das ações está no mercado.

Nascida em 1999 como uma empresa de concessões de rodovias, o portfólio da CCR galopou em quantidade e se capilarizou. Reúne de ativos como o metrô na Bahia, em fase final de construção, a aeroportos internacionais em Quito, capital do Equador e em Curaçao, nas Antilhas Holandesas, para citar dois, além de Confins, no Brasil. E é sócia no VLT Carioca, uma parceria público-privada que administra o Veículo Leve Sobre Trilhos no Rio de Janeiro.

Contudo, a principal fonte de faturamento ainda tem origem nas rodovias, que somam dez ativos. A Nova Dutra, concessão federal que liga dos Estados de São Paulo ao Rio de Janeiro, e a AutoBAn, responsável pelo Sistema Anhanguera-Bandeirantes, no Estado de São Paulo, deram origem ao grupo e são os dois principais ativos, até hoje. Responderam juntas por quase 40% da receita bruta pró-forma, de R$ 8,3 bilhões em 2016. Esse valor exclui a receita de construção. A Nova Dutra gerou 14,8% do total e a AutoBAn, 24,2%.

Fonte: Valor






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