As obras de reforço do trecho de 1,7 mil metros de cais, entre os armazéns 12A e 23, na Margem Direita do Porto de Santos, serão concluídas no próximo mês. Esta é a previsão da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o cais santista. Nesta etapa final, serão executados os trabalhos de limpeza e os cortes de perfis metálicos, que darão acabamento ao serviço.
A obra foi executada pelo consórcio formado pelas empresas Andrade Gutierrez, OAS Engenharia, Brasfond e Novatecna. Inicialmente, a obra foi orçada em R$ 200,3 milhões, mas os trabalhos custaram R$ 229 milhões, segundo a Docas.
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Para o diretor de Engenharia da Autoridade Portuária, Hilário Gurjão, o valor excedente tem a ver com o reajuste anual do contrato. “Todos os contratos são reajustados após um ano”, explicou.
O projeto teve como objetivo o fortalecimento da estrutura de cais da região de Outeirinhos. No cais entre os armazéns 12A e 23, há 3.490 estacas. Deste total, 1.574 (45%) apresentavam algum tipo de avaria em sua estrutura. As peças danificadas foram substituídas por outras de maiores dimensões e o costado, recuperado.
Segundo a Autoridade Portuária, o reforço das estruturas foi feito com a injeção de concreto na base do cais e perfis metálicos. Estacas e lajes também foram recuperadas.
Gurjão destacou a participação das instalações localizadas em Outeirinhos, que possibilitou a execução da obra sem a necessidade de interrupção das operações. “A gente conseguiu a colaboração dos terminais e fizemos reuniões semanas para montar uma programação dos trabalhos”.
Quando concluído, o reforço vai possibilitar que a dragagem de aprofundamento dos berços não prejudique a segurança do cais. Isto porque aumentar a profundidade dos berços para 15 metros (eles variam entre 10,5 e 13 metros), nas condições atuais, poderia interferir nas estruturas.
Questão judicial
As obras de reforço do cais de Outeirinhos foram iniciadas dois anos após a abertura da licitação que deu origem à contratação do serviço. Este foi um dos casos em que a judicialização do processo atrasou os planos do Governo Federal.
Tudo começou quando o consórcio Construtor Portuário – formado pela Geosonda Serviços de Engenharia S/A, pela Preserva Engenharia Ltda e pela EPT Engenharia e Pesquisas – não aceitou ter saído do processo, após a Codesp declará-lo incapaz de realizar a obra.
O problema estava relacionado às especificações do edital de licitação. Um dos itens do texto, que falava sobre a capacidade técnica dos licitantes, foi questionado.
Então, a juíza Alessandra Aguiar Aranha, da 4ª Vara Federal de Santos, determinou que peritos atestassem se o consórcio era capaz de executar a obra. A resposta foi negativa e o processo foi retomado em seguida.
Fonte: A Tribuna