Draga ficará mais 20 dias parada no Porto de Santos para manutenção

Draga contratada pela Docas passa por manutenção no cais do Armazém 33 (Foto: Irandy Ribas/AT)

A dragagem do canal de navegação do Porto de Santos ficará paralisada por, pelo menos, mais 20 dias. Esta é a previsão do tempo necessário para a manutenção da draga, segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Enquanto isso, a iniciativa privada teme o risco de assoreamento (deposição de sedimentos), da redução do calado operacional e de mais prejuízos aos usuários do complexo santista. 


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A Docas renovou o contrato com a Dragabras Serviços de Dragagem na semana passada. No entanto, conforme informado por A Tribuna, a draga Pearl River está inoperante há 15 dias e segue atracada no cais do Armazém 33, no Macuco, para manutenção. 

A informação foi revelada ao Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) durante reunião nesta semana. O presidente da entidade, João Almeida, confirmou que serão mais 20 dias de paralisação da obra.

“A princípio, segundo eles, essa interrupção não deve trazer impactos porque a dragagem estava razoavelmente sob controle”, destacou o executivo que representa os terminais do cais santista. 

Mas, para o presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Sérgio Aquino, a paralisação será muito extensa. “É preciso lembrar que nós temos um porto estuarino, em que a dragagem é uma intervenção humana contínua contra a ação da natureza. Qualquer dia em que o homem não esteja atuando, a natureza está”, afirmou. 

Para o executivo, a questão é ainda pior tendo em vista as últimas reduções de calado por conta do assoreamento. “Se a profundidade fosse excedente, a dragagem um mês parada não seria preocupante, mas não há nem a profundidade de projeto, que é de 15 metros”. 

Mesmo assim, Aquino destaca os esforços da Autoridade Portuária em manter a contratação da obra. “É importante destacar o esforço da Codesp em garantir a dragagem, que é um serviço de responsabilidade do Governo Federal”, destacou.

Já o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), José Roque, teme uma nova redução de calado no Porto. “A nossa imagem está desacreditada. O importador e o exportador não têm segurança para cumprir prazos. Enquanto outros portos comemoram avanços, aqui lamentamos”. 

Por outro lado, o diretor de Engenharia da Codesp, Hilário Gurjão, acredita que não há risco de perda do calado, apesar do assoreamento constante. Segundo ele, isto acontece porque houve um planejamento e não há o que temer. “A manutenção foi planejada para um período em que a deposição de sedimentos é menor. Há uma folga e um mês não vai causar problemas e nem perdas nos ganhos que tivemos anteriormente. Não há chances”, destacou.

Privatização

O presidente da Fenop lembra a proposta de empresários do Porto de Santos que pedem a privatização da gestão da dragagem do complexo marítimo. “A nossa esperança é que avance este projeto”.

Os empresários aguardam a publicação da portaria – a ser emitida pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPAC) – que definirá o grupo de trabalho interministerial responsável pela análise do pedido. 

A proposta enviada por esses grupos ao Governo Federal em agosto prevê a criação de um consórcio formado por arrendatários, operadores portuários, terminais privados e, possivelmente, a Autoridade Portuária. A ideia é que a nova empresa tenha como único objetivo garantir a realização contínua e regular da dragagem do Porto. Como remuneração, ela receberia parte da tarifa destinada à manutenção das profundidades do cais santista. 

Fonte A Tribuna






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