Eclusas em debate

Na área de infraestrutura, o Brasil aborda o mesmo tema sob diversas vertentes na tentativa de romper amarras que teimam em atravancar o desenvolvimento nacional.

Na sexta-feira, em Sinop, a Assembleia Legislativa realizou audiência pública requerida pelos deputados locais, Baiano Filho (PMDB) e Dilmar Dal’Bosco (DEM), para debater a construção de eclusas na Hidrovia Teles Pires-Tapajós, onde uma vez viabilizada a navegação comercial será rota preferencial para o escoamento das commodities do Nortão ao mercado internacional.

Autoridades e empresários defendem a viabilização da hidrovia entre Sinop e Santarém em busca da redução do índice de continentalidade – distância da lavoura ao porto. O trajeto médio entre o Nortão e o porto de Paranaguá é de 2.650 km ao passo que pela Hidrovia Teles Pires-Tapajós Sinop ficaria a 1.300 km do porto de Santarém, que opera navios Panamax o ano inteiro, pois seu calado é de 16m.

A construção de eclusas onera a operacionalização da hidrovia, mas nem esse fato pode comprometer a navegação comercial de Sinop a Santarém, porque um conjunto de hidrelétricas será construído nos dois rios e nessas obras se inserem as eclusas debatidas na audiência.

A realidade sobre a hidrovia é essa: o Tapajós se divide em dois trechos: o Baixo e o Alto Tapajós. O primeiro, com 345 km entre São Luís do Tapajós (de Itaituba) e a foz em Santarém, é navegável o ano inteiro e tem vazão média em Itaituba de 11.800 metros cúbicos por segundo. O outro, acima de São Luís e até a nascente do rio, tem um trecho encachoeirado de 28 km de São Luís até a cachoeira de Buburé. Nessa área a gigante Camargo Corrêa construirá uma hidrelétrica com capacidade na ponta de 9 mil MW, e próximo a essa obra fará outra, para 2 mil MW, no rio Jamanxim, afluente do Tapajós pela direita. A construção das duas barragens tem o aval do governo, que liberou para a Camargo Corrêa recursos de R$ 13,6 milhões pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia, para afunilamento do projeto de geração de energia.

A barragem da Camargo Corrêa elevará o nível do rio acima de Buburé e facilitará a navegação até o encontro das águas do Juruena com o Teles Pires. As duas hidrelétricas gerarão 11 mil MW, quase o dobro do previsto para as usinas de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira, em Rondônia, com capacidade para 6.450 MW.

A navegação no rio Teles Pires será facilitada pelo conjunto de seis usinas aprovadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para gerar 3.697 MW. As eclusas nas barragens resolvem os problemas dos desníveis e aumentam o nível da água a montante das mesmas.

As eclusas serão construídas nas hidrelétricas dos dois rios, como acontece no mundo inteiro. Mato Grosso deve praticar o positivismo sempre acreditando que o projeto maior dispensa discussões periféricas, que sempre abrem brechas aos contestadores de plantão contra o desenvolvimento.

Autoridades e empresários defendem a viabilização da hidrovia entre Sinop e Santarém

Fonte: Diário de Cuiabá

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