Ainda que tenha sido superado pela soja depois de liderar as exportações brasileiras de grãos desde setembro, o milho voltou a ser um dos principais destaques da balança comercial do país em fevereiro.
Levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) mostrou que, no mês passado, os embarques do cereal alcançaram 2,2 milhões de toneladas, 180% mais que em fevereiro de 2015, embalados pela desvalorização do real. No primeiro bimestre, o volume chegou a 6,7 milhões de toneladas, 140,7% acima de igual período do ano passado.
PUBLICIDADE
Já as exportações de soja, carro-chefe do agronegócio, cresceram 53% em fevereiro, para 3,9 milhões de toneladas, e atingiram 4,4 milhões no primeiro bimestre, alta de 64,6%. Os números da Anec são baseados nos volumes que efetivamente deixaram os portos e diferem das estatísticas da Secex, que faz seus cálculos após receber todas as documentações referentes às vendas. Segundo a Secex, o volume de milho em fevereiro foi ainda maior: 5,4 milhões de toneladas.
É normal que as exportações de soja comecem a aumentar enquanto diminuem as de milho. Colhida na safra de verão, a oleaginosa parte dos portos sobretudo entre fevereiro e setembro, ao passo que o cereal, produzido na "safrinha", enche os navios principalmente de setembro a fevereiro.
Mas, mesmo que tenham sido 51,7% menores que os de janeiro, os volumes de milho embarcados em fevereiro foram surpreendentes. E isso graças ao ganho de competitividade advindo da valorização do dólar sobre o real, que criou uma demanda externa adicional que inclusive ajudou a encarecer o produto no mercado doméstico.
Conforme a Anec, se a colheita das safras de verão e inverno de milho de fato totalizar 82 milhões de toneladas neste ciclo 2015/16, os embarques poderão chegar a 30 milhões de toneladas. O recorde atual é de 2014/15 (30,9 milhões).
Fonte: Valor Econômico\Fernando Lopes | De São Paulo