Os serviços de dragagem do Porto de Maceió feitos pela empresa belga Jan de Nul, vencedora da licitação da obra, continuam a todo vapor, mesmo após denúncias de pescadores da região de que os procedimentos estariam afetando a produtividade do pescado.
Em entrevista à Gazetaweb na tarde desta quarta-feira (21), João Brazão, representante da empresa, informou que todos os processos realizados estão sob custódia dos órgãos responsáveis, inclusive ambientais, e os serviços deverão ter continuidade pelo menos pelos próximos dois meses e meio até a limpeza total da região portuária.
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Sobre as denúncias dos pescadores, o representante afirmou ter ficado surpreso com as reclamações, mas, de acordo com ele, a empresa não possui responsabilidade sobre os fatos denunciados, pois "apenas cumpre as ações do contrato conforme ele foi previamente acertado". "O acordo que fizemos é que retiraremos o lixo e traremos para o Porto. Depois disso, o próprio Porto se responsabiliza pelo tratamento deste material, visto que foi retirado de sua área", disse.
E continuou afirmando que "a empresa opera com a Capitania dos Portos e possuímos todas as licenças, inclusive pelas autoridades ambientais, desde o recolhimento do material - comprovadamente não contaminado - até ser levado para a área de despejo, também definida pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA). Todos que trafegam por aqui já foram informados de que estes serviços seriam feitos, tanto pela Capitania quanto por nós, apesar de não termos essa obrigação contratual".
Ao se defender das acusações de despejo do material recolhido em área de pesca, a empresa disse também que está aberta ao diálogo com os pescadores a fim de explicar a eles sobre os procedimentos adotados na dragagem, mas, a princípio, os encontros se resumiriam a isso.
"Não está sob nosso poder mudar nenhum acordo já preestabelecido na assinatura dos contratos, e qualquer alteração iria requerer novo licenciamento", enfatizou, aproveitando o ensejo para reclamar que a pesca e o tráfego de pequenas embarcações na zona portuária são proibidos por lei e que, portanto, os pescadores não deveriam atuar na região.
Os serviços de dragagem recolheram, só na última semana, mais de dois contêineres de 5 metros cúbicos de lixo, e espera-se que as áreas da zona portuária tenham a profundidade alterada em cerca de dois metros e meio. Entre o material recolhido, a maior parte é formada por pneus e plástico.
Esta é a primeira dragagem do Porto de Maceió em vinte anos e, ao final do processo, espera-se que mais embarcações e cruzeiros abarquem na cidade, o que deverá contribuir para a elevação da economia da cidade. O valor da obra está estimado em R$ 30,8 milhões.
Fonte: Gazeta Web