O Brasil exportou 3,274 milhões de sacas de 60 kg de café em fevereiro de 2025, uma queda de 10,4% em relação ao mesmo mês de 2024. Apesar da redução no volume, a receita atingiu um recorde para meses de fevereiro, totalizando US$ 1,190 bilhão, 55,5% acima do registrado no ano anterior, impulsionada pelos preços elevados no mercado global. No acumulado da safra 2024/25, os embarques alcançaram 33,452 milhões de sacas, um aumento de 8,8% em volume e 59,8% em receita, somando US$ 9,723 bilhões. No primeiro bimestre de 2025, o país exportou 7,278 milhões de sacas, retração de 5,4%, enquanto a receita subiu 58,4%, chegando a US$ 2,516 bilhões.
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, destacou que a entressafra e a menor competitividade dos cafés conilon e robusta frente ao Vietnã têm impactado os embarques. Além disso, os arábicas brasileiros estão mais caros em comparação aos cafés da América Central. A volatilidade dos preços e a restrição de crédito também influenciam o fluxo de comércio. Os Estados Unidos foram o principal destino do café brasileiro no primeiro bimestre, importando 1,206 milhão de sacas (16,6% do total), seguidos por Alemanha, Itália, Japão e Turquia. Vietnã e Indonésia, apesar de serem grandes produtores, aumentaram as compras do grão brasileiro.
PUBLICIDADE
O café arábica seguiu como o mais exportado, representando 83,4% dos embarques. O café solúvel cresceu 16,5%, enquanto os canéforas (conilon + robusta) recuaram 45,5%. Os cafés diferenciados, com qualidade superior ou certificação sustentável, representaram 24,8% das exportações e registraram um aumento de 14,7% no volume exportado. O Porto de Santos liderou os embarques, respondendo por 77,5% das exportações, seguido pelo complexo portuário do Rio de Janeiro (18,2%) e pelo Porto de Paranaguá (1,2%). O relatório completo do Cecafé está disponível no site da entidade.