Uma semana após o encalhe do navio graneleiro Tong Shun no berço de atracação dos armazéns 20 e 21 do Porto de Santos, começa a preparação para a retirada das cargas da embarcação. Os equipamentos utilizados na descarga já foram deslocados. O procedimento deve durar cerca de dois dias. Não há previsão para a partida do navio.
O Tong Shun chegou ao Porto no último dia 6. Segundo informações da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), o navio começou a adernar na manhã do dia 8, após o carregamento de 30.850 toneladas de soja. Ele já havia embarcado quase 40 mil toneladas do grão em uma escala no Uruguai.
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Conforme a Marinha do Brasil, além da retirada de cargas do navio, será necessário o conserto do casco da embarcação, que está com uma fissura de cerca de 40 centímetros. A avaria foi identificada após vistoria de uma equipe de mergulhadores.
No cais, operado pela Copersucar, já estão um grab (equipamento formado por duas garras, utilizado na movimentação de granéis), que será utilizado para a retirada da soja dos porões do navio. A carga será despejada em caminhões através de um funil, que também já está no local. Em seguida, os veículos farão o transporte da commodity.
A operação é necessária para aliviar o peso da embarcação. Após o encalhe, o Tong Shun está com um calado (profundidade) de 14,4 metros. Mas, no berço, podem atracar apenas navios com até 13 metros de calado. Isto pode indicar uma sobrecarga da embarcação por conta do carregamento de grãos ou ainda que há excesso de água dentro do navio.
A Cargonave, agência de navegação responsável pela embarcação, não quer comentar o assunto, tampouco revelou quando começarão os trabalhos de reparos no casco ou de retirada de carga.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o Porto de Santos, não respondeu aos questionamentos da reportagem até o fechamento desta edição.
Fonte: A Tribuna