Peritos da Marinha do Brasil liberaram, nesta quinta-feira (17), uma balsa e quatro embarcações que vão realizar o transporte e apoiar a operação de destinação final de 115 cilindros com gases tóxicos e inflamáveis que estavam armazenados no Porto de Santos, no litoral de São Paulo. Um rebocador, que vai participar dos trabalhos, será vistoriado na sexta-feira (18).
A balsa será utilizada para transportar cilindros que foram encontrados no cais santista, após 20 anos "esquecidos" em um armazém. Os gases serão queimados em alto-mar, a uma distância de mais de 90 quilômetros do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos.
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Na terça-feira (15), equipamentos de uma empresa contratada pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) chegaram ao cais para serem utilizados na operação. Além das autoridades marítima e portuária, os órgãos ambientais também já deram o aval para a destinação segura das substâncias.
Nesta quinta-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Santos pediu explicações a todas as entidades sobre a escolha da destinação dos gases. A entidade pede esclarecimentos a respeito da segurança ambiental e jurídica da operação, que começou a ser planejada há cerca de um mês.
Equipes iniciaram processo de retirada de cilindros no cais santista (Foto: Divulgação/Codesp)
O caso
A existência dos cilindros de 20 anos foi revelada depois que a Codesp solicitou autorização ao Conselho Municipal de Meio Ambiente de Guarujá para queimar os gases na cidade. O pedido foi negado, e o Ministério Público solicitou que a estatal apresentasse um novo plano.
O Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) do MP abriu um inquérito para investigar o caso, e pediu um plano de destinação à estatal. A solução apresentada pela Codesp, em acordo com órgãos ambientais, foi a de destruí-los em alto-mar.
Pelo armazenamento irregular e pelo vazamento de gases durante o manuseio dos cilindros durante a troca de armazéns, a Codesp foi multada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em duas ocasiões, em R$ 50 mil e em R$ 500 mil.
Fonte: G1