A operação de retirada de 115 cilindros com gases tóxicos armazenados há 20 anos no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, foi iniciada nesta terça-feira (15). A embarcação que será utilizada para transportá-los até alto-mar, onde ocorrerá a queima dos gases, foi vistoriada pela Marinha do Brasil, que solicitou adequações.
Equipamentos e embarcações chegaram em comboio ao cais do Paquetá, na Margem Direita, em Santos. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou que a empresa contratada para o serviço aguarda a liberação da Marinha para iniciar a retirada.
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Uma balsa, que vai ser utilizada para o transporte dos compartimentos, também foi vistoriada por peritos da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). A autoridade marítima informou, sem detalhar, que solicitou adequações da embarcação à Codesp. A estatal também deverá informar detalhes da operação à Marinha.
Os cilindros serão destruídos a uma distância da costa ainda a ser definida. Por armazenarem gases distintos, cada compartimento passará por um processo de eliminação diferente, que envolverá não só a queima das substâncias, como também a explosão completa do tubo.
O caso
A existência dos cilindros de 20 anos foi revelada depois que a Codesp solicitou autorização ao Conselho Municipal de Meio Ambiente de Guarujá para queimar os gases na cidade. O pedido foi negado, e o Ministério Público solicitou que a estatal apresentasse um novo plano.
O Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) do MP abriu um inquérito para investigar o caso, e pediu um plano de destinação à estatal. A solução apresentada pela Codesp, em acordo com órgãos ambientais, foi a de destruí-los em alto-mar.
Pelo armazenamento irregular e pelo vazamento de gases durante o manuseio dos cilindros durante a troca de armazéns, a Codesp foi multada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) em duas ocasiões, em R$ 50 mil e em R$ 500 mil.
Fonte: g1