MRS libera vias para transporte de cargas

A concessionária de ferrovias MRS Logística, que opera 1,7 mil km de trilhos entre Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, está investindo R$ 230 milhões em projetos que visam ampliar suas operações na Grande São Paulo e no acesso ao porto de Santos. Com isso, a empresa quer, num primeiro momento, triplicar a capacidade de transporte de cargas nessa região, para 24 milhões de toneladas e, no futuro, chegar até 56 milhões de toneladas.

Na sexta-feira, a MRS firmou com a Companhia de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo (CPTM) um acordo para segregação de 12 quilômetros de vias ferras na Grande São Paulo. O trecho fica entre a localidade de Manoel Feio, em Itaquaquetuba, e Suzano, na região Leste da capital. Com a operação, nesse trajeto haverá linhas específicas para o tráfego de cargas e para o de passageiros. Hoje, com uma linha única, os trens de cargas não podem operar em horários de pico, reservados aos de passageiros, que já somam 2,2 milhões de pessoas e devem saltar para 3,7 milhões nos próximos anos.

O início das obras está previsto para este ano, tão logo seja concedido o licenciamento ambiental, e o término, para meados de 2012, de acordo com informação das duas empresas. O investimento nessa obra, considerada primordial pela concessionária para acelerar seu tráfego na região, será todo bancado pela MRS e está avaliado em R$ 100 milhões.

Essa operação, informa a empresa, vai permitir a interligação com sua linha que desce para o porto de Santos, onde está investindo mais R$ 130 milhões em novas locomotivas de cremalheira para poder elevar o volume transportado na Baixada Santista. Um das cargas, que deverá crescer no futuro, é minério de ferro destinado à usina de aço da antiga Cosipa, em Cubatão, que hoje é uma unidade da Usiminas.

Eduardo Parente, presidente da MRS, destaca que a segregação de linhas é parte da solução integrada da transposição de São Paulo, composta pelo Ferroanel. Esse projeto teve muita discussão nos últimos anos, envolvendo governos estadual e federal, e ainda continua no papel, esperando que um estudo definitivo aponte a melhor solução. Há duas propostas para a obra - a do Norte, entre Manoel Feio e Campo Limpo Paulista, de 66 km, e a do Sul, de 54 km. A primeira está avaliada em até R$ 2 bilhões de investimento e a segunda em mais de R$ 1,5 bilhão. Para ambas, a participação de recursos públicos no projeto é fundamental.

O Ferroanel e outras linhas segregadas da CPTM na capital são vistos como soluções para a travessia de cargas por São Paulo em direção ao porto de Santos e a clientes demandante de produtos como aço na própria capital. "Temos 350 metalúrgicas na cidade que demandam 3 milhões de toneladas de aço por ano e só um terço chega por trem. A maior parte vai por caminhões", diz Parente.

O executivo diz que a segregação é fundamental para que a carga chegue, sem necessidade de transbordo para trens menores e paradas em horários de pico, até o começo da Serra do Mar, de onde é levada em trens de cremalheira, especiais para operar na serra, até a Baixada Santista. "Demanda existe, mas atualmente não temos como atendê-la por causa desse gargalo, que começamos agora a remover. A segregação permitirá a ligação de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e o Vale do Paraíba diretamente com a Baixada Santista e o porto de Santos, sem as restrições da convivência atual", observa.

Para tornar mais viável e ampliar o transporte na serra, a MRS encomendou de um fabricante suíço um lote de sete locomotivas especiais, que vão chegar em outubro de 2012. Com isso, o volume transportado passara hoje de 8 milhões de toneladas ao ano para 24 milhões. "Se encomendar mais três máquinas, vamos atingir 56 milhões de toneladas", diz Parente.

Controlada pelas siderúrgicas CSN, Usiminas, Gerdau e pela Vale, a ferrovia transportou no ano passado 136 milhões de toneladas de cargas. A maior parte do volume é minério de ferro, além de aço, cimento e fertilizantes. A MRS é também grande transportadora de contêineres para porto de Santos.
Fonte: valor Econômico/Ivo Ribeiro | De São Paulo



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