Entrou em operação nesta semana uma nova rota marítima direta entre a China e o Brasil, conectando o Porto de Gaolan, em Zhuhai, aos portos de Santana (AP) e Salvador (BA). O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) destacou que essa ligação, resultado de acordos bilaterais entre os governos brasileiro e chinês, representa um marco nas relações comerciais entre os dois países, com impactos significativos para as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Na avaliação da pasta, a nova rota fortalece o papel do Brasil como parceiro estratégico da China e amplia o acesso a mercados emergentes sul-americanos, consolidando os portos de Santana e Salvador como hubs para exportação de soja, minério de ferro, carne bovina e celulose, além de facilitar a importação de insumos industriais e tecnológicos.
Segundo o ministro de portos e aeroportos, Silvio Costa Filho, a iniciativa visa promover uma logística mais eficiente e sustentável, contribuindo para o desenvolvimento regional. O secretário nacional de Portos, Alex Ávila, acrescentou o impacto ambiental positivo da nova conexão. Entre janeiro e março de 2025, a Bahia exportou US$ 1,2 bilhão para a China e importou US$ 800 milhões, números que devem crescer com a nova rota. Antonio Gobbo, presidente da Codeba, enfatizou os ganhos em tempo e custo logístico.
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O Porto de Salvador está preparado para receber navios de até 150 mil toneladas, enquanto o Porto de Gaolan movimenta até 160 milhões de toneladas por ano. Segundo o ministério, o Porto do Pecém (CE) também foi integrado ao novo serviço, reduzindo o tempo de viagem da China para cerca de 30 dias e impulsionando o comércio de frutas, castanhas, granito e equipamentos industriais, com expectativa de aumento de até 10% na movimentação.