Começa no dia 3 de janeiro a obra para minimizar a erosão e os danos causados pelas ressacas na Ponta da Praia, em Santos. Em reunião realizada nesta quinta-feira (28), na sede da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o Porto, a Prefeitura foi informada que a estatal não tem objeção à execução do projeto. O promotor de Justiça do Meio Ambiente, Daury de Paula Junior, acompanhou o encontro.
O projeto piloto consiste na construção de uma barreira formada com bags de tecido geotêxtil preenchidos com areia da praia. Para realizar a obra, nesta semana a Prefeitura obteve respostas positivas de mais dois órgãos. Na terça-feira, a Marinha informou em documento que não se opõe a realização do projeto em relação à segurança da navegação e ao ordenamento do espaço aquaviário, e recomendou a instalação de sinalização náutica no local.
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A portaria 24/2017 da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU), também autorizou a Administração Municipal a iniciar o projeto-piloto.
Como será
Serão montadas duas estruturas submersas: uma a partir da mureta da orla, na altura da Rua Afonso Celso de Paula Lima, que segue mar adentro por 275 metros, e outra paralela ao muro, em direção ao Canal 6, com 240 metros de extensão.
Para o preenchimento dos bags serão necessários sete mil metros cúbicos de areia, material que já começou a ser retirado do Canal 2 e depositado no trecho entre o Canal 6 e o Aquário. Será necessário interditar esse trecho da faixa de areia para garantir a segurança dos frequentadores da praia por 40 dias, impedindo não só a presença de banhistas e esportistas, como também ambulantes e barraqueiros.
A obra custará R$ 2,9 milhões, recurso liberado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e que é resultado de multa ambiental por acidente ocorrido no Porto de Santos. O valor já está depositado no Fundo Municipal de Meio Ambiente e definido para este fim.
O projeto é embasado em nota técnica desenvolvida pelos professores Tiago Zenker Gireli e Patrícia Dalsoglio Garcia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e que foi disponibilizada para a Prefeitura por intermédio de convênio sem custos para a Administração.
Por se tratar de modelo físico montado em tamanho real e no local, além de reduzir a energia das ondas, também servirá para ampliar conhecimentos que indicarão intervenções definitivas para conter o processo erosivo acentuado nos últimos anos.
Fonte: A Tribuna