O Porto de Santos, o maior da América Latina, vai adotar um plano emergencial para normalizar a sua operação após os atrasos causados pela paralisação dos caminhoneiros que teve início há 11 dias. No início da manhã, uma operação da Polícia Militar e das Forças Armadas garantiu a entrada de caminhões de empresas nos terminais. Os autônomos mantêm um ponto de manifestação próximo à entrada do porto, mas em menor número que nos dias anteriores e sem obstrução das vias.
O plano emergencial, segundo a Companhia de Docas do Estado de São Paulo (Codesp), será coordenado pelas Forças Armadas, que foi convocada para a liberação das vias. A preocupação é fazer com que as cargas cheguem e sejam retiradas do porto sem que o excesso de caminhões trave o movimento nas vias que dão acesso aos terminais.
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"Toda a operação está sendo realizada com objetivo de evitar conflitos e manter a ordem pública. A autoridade portuária apoia todas as ações que garantam a retomada da normalidade nas operações portuárias a fim de que a economia e o comércio exterior brasileiro não continuem a sofrer prejuízos decorrentes do referido movimento", segundo nota da Codesp.
As Forças Armadas foram chamadas como parte do plano traçado pelo comitê de crise do porto.
- É preciso um plano de escoamento para os próximos dias ou os caminhões que vão levar carga ou buscar importações vão travar as estradas. Vai ter que ser tudo agendado - disse uma fonte.
A operação para liberar as vias para que o fluxo fosse restabelecido começou ontem à noite. Hoje cedo, Polícia Militar, Forças Armadas e a guarda portuária fizeram nova operação para garantir que os caminhões de empresas pudessem entrar e sair do porto sem serem constrangidos pelos manifestantes, que no início da paralisação estavam ameaçando os motoristas que se aproximavam do local. Ainda é necessário o uso de escolta para que isso aconteça.
Está prevista para às 16h uma entrevista com o general de brigada Alexandre de Almeida Porto, da 1°Brigada de Artilharia Antiaérea – General de Brigada Alexandre de Almeida Porto, hoje às 16hs, no 2° Batalhão de Infantaria Leve em São Vicente. Ele deverá fazer um balanço da operação de hoje e anunciar como será o esquema a ser adotado nos próximos dias para o escoamento das cargas que chegam e saem do porto por via rodoviária.
O governador paulista, Márcio França, que tem sua base eleitoral na Baixada Santista, deslocou-se no final da tarde de quarta-feira para Santos com o objetivo de negociar com os líderes do Sindicato dos Transportadores Autônomos da Baixada (Sindicam). França ouviu os pleitos da categoria e reforçou que o primeiro dos três pontos acordados com os caminhoneiros, a isenção da cobrança do eixo suspenso nas estradas paulistas teria início à 0h desta quinta-feira. Apesar disso, os caminhoneiros decidiram manter o ponto de manifestação.
A atuaçao das Forças Armadas teve início na noite de ontem, quando foi necessária uma escolta para tirar dos terminais do Porto 250 caminhões que estavam parados desde o início da paralisação, na segunda-feira da semana passada. No início dessa manhã, as tropas voltaram a atuar, mas dessa vez para escoltar caminhões que também queriam entrar no porto.
Segundo a Codesp, quase 70% da carga no porto é movimentada por caminhões. A empresa ainda não fez estimativas dos prejuízos causados pela paralisação. O Sindamar, que representa as companhias marítimas que operam os navios, calcula que só na primeira semana de paralisação o prejuízo superou os R$ 370 milhões.
Fonte: O Globo