Porto de Santos amplia participação na balança comercial

O Porto de Santos registrou mais um recorde mensal. Desta vez, a marca foi obtida com a movimentação de cargas em fevereiro, que somou 9 milhões de toneladas. O volume superou em 5,6% as operações do mesmo mês de 2015, quando 8,5 milhões de toneladas entraram ou saíram do País pelo cais santista.

Outro destaque é que, no mês passado, o complexo marítimo foi responsável por 30,7% da balança comercial brasileira. No entanto, as operações com contêineres registraram queda de 7%. Os números integram o balanço operacional do Porto, divulgado nesta semana


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A movimentação de cargas em fevereiro superou as expectativas da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a Autoridade Portuária. A estatal havia projetado que o volume operado seria o mesmo do segundo mês do ano passado, 8,5 milhões de toneladas.

No acumulado do ano, a movimentação de cargas também marcou um recorde. No primeiro bimestre do ano, a movimentação acumulada foi de 16,8 milhões de toneladas, 5% acima do resultado para o mesmo período de 2015, quando 16 milhões de toneladas foram movimentadas no complexo marítimo.

O resultado do mês foi impulsionado, mais uma vez, pelas exportações. As principais cargas foram os granéis vegetais sólidos – açúcar, milho e o complexo soja (grãos e farelo) – que obtiveram os melhores resultados para o período. Com isso, os embarques de mercadorias pelo Porto registraram recorde mensal de 6,6 milhões de toneladas. O crescimento em relação a fevereiro do ano passado foi de 14,1%.


Embarques de açúcar caíram 9,7%, chegando a 2 milhões de toneladas
Entre os produtos embarcados, a alta mais expressiva foi a do milho, 92,5%. No mês passado, 497.796 toneladas da commodity foram escoadas pelo cais santista, enquanto no mesmo período do ano passado, foram 258.575 toneladas.

Em relação ao complexo soja, o crescimento dos embarques foi de 16% e chegou a 2,3 milhões de toneladas. No mesmo mês do ano passado, o volume escoado foi de 2 milhões de toneladas.

Entre os produtos mais exportados, está a celulose, que somou 267,2 mil toneladas embarcadas, um crescimento de 13,7%. Os embarques de sucos cítricos cresceram 30% e atingiram a marca de 187,2 mil toneladas escoadas, enquanto óleo combustível teve queda de 28,5% nos embarques e somou 175,1 mil toneladas.

Os embarques de café em grãos cresceram discretamente, apenas 0,5%, e atingiram 124,3 mil toneladas. O mesmo aconteceu com a gasolina, cujos embarques somaram 87,8 mil toneladas, somente 0,1% a mais do que em fevereiro do ano passado.

Importações

Nas importações, houve decréscimo de 13% em relação a fevereiro de 2015. Não foram registrados desembarques de carvão e minério de ferro a granel.

Os produtos com maior participação foram o enxofre, com 174,5 mil toneladas movimentadas, um crescimento de 15,8% em relação a fevereiro do ano passado. O sal foi a segunda mercadoria em movimentação, 143,5 mil toneladas, mas registrou o maior aumento percentual, de 407,9%, em relação ao mesmo mês do ano passado.

Completam os cinco produtos com maior movimentação nas importações o adubo, que ampliou em 171,6% seus desembarques e alcançou a movimentação de 116,9 mil toneladas, o trigo, com queda de 13,8%, e 86,8 mil toneladas importadas, e o gás liquefeito de petróleo (GLP), com 82,1 mil toneladas, um crescimento de 128,7%.

Balança comercial

Com 30,7% da balança comercial brasileira, o Porto de Santos ampliou em 4.3 pontos percentuais sua participação nas trocas comerciais, no primeiro bimestre. O equivalente a US$ 13,9 bilhões em cargas foi movimentado no cais santista. Para superar essa marca, seria necessário somar as participações dos outros sete portos brasileiros que mais operaram cargas. Todos estão abaixo de Santos no ranking nacional.

A maior influência foi das exportações, que contribuíram com 31,9%, o equivalente a US$ 7,8 bilhões. Nas importações, a participação ficou em 29,2%, com o total de US$ 6 bilhões.

Contêiner

A movimentação de contêineres no Porto de Santos registrou queda de 6,3% no primeiro bimestre, com 527.652 TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) operados, contra 562.835 TEU no mesmo período de 2015. Apenas no mês passado, a redução foi de 7%, quando 258.450 TEU entraram ou saíram do País pelo cais santista, enquanto, em fevereiro de 2015, o volume foi de 277.798 TEU.

Para o professor do curso de Comércio Exterior da Universidade Santa Cecília (Unisanta) Hélio Hallite, os dados são preocupantes e refletem uma queda no desempenho industrial e no valor agregado dos produtos que são movimentados no cais santista. Segundo ele, os números podem impactar negativamente na economia da região.

“É um dado que preocupa. As projeções indicavam um crescimento e que, em 2017, teríamos a movimentação de 5 milhões de TEU. Entretanto, vamos ficar abaixo dos 3 milhões de TEU. É um delicado cenário, tendo em vista os diversos cortes que já tivemos em terminais de Santos”.

Já o presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Sérgio Aquino, aponta dois fatores que causam a redução das operações com contêineres. O primeiro é motivado pela queda das importações, que reflete na redução das operações de cabotagem e nas exportações.

Já o segundo fator é a perda de cargas do Porto de Santos para terminais privados localizados em Santa Cataria e Paranaguá. “Essa perda de cargas é motivada pela falta de dragagem e pelos custos decorrentes da concorrência entre terminais arrendados e privados. Em Navegantes, por exemplo, as instalações são livres”, destacou Aquino.

Fonte: A Tribuna Online






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