Presidente da entidade disse que categoria se prepara para desafios da indústria marítima e investe para que operação não represente gargalo por insegurança ou ineficiência
A Praticagem do Brasil comemora 50 anos, nesta semana, e também 217 da atividade regulamentada no país. De acordo com a entidade, a categoria realiza aproximadamente 80.000 manobras por ano. O presidente da Praticagem do Brasil, Bruno Fonseca, destacou que o país hoje tem 590 práticos, sendo 14 mulheres, atuando em 20 zonas de praticagem (ZPs). O prático acrescentou que essas manobras contam com 200 lanchas de praticagem, 600 tripulantes e 38 atalais.
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Fonseca disse que a praticagem investe para que a operação não represente um gargalo por insegurança ou ineficiência. "Preparamos a atividade para os desafios da indústria marítima, sejam eles navios maioires, autônomos ou verdes", afirmou. Ele estima que, para atingir as metas de descarbonização das embarcações, 800.000 marítimos no mundo precisarão ser treinados para lidar com os combustíveis alternativos.
Fonseca mencionou que, em 2021, foi criado o Instituto Praticagem do Brasil, em Brasília, que conta com simuladores e treinamentos de práticos de diferentes zonas de praticagem. Os profissionais também participam da avaliação de projetos, a fim de contribuir para operações e instalações mais eficientes e seguras.
O prático observa que os navios estão cada vez mais automatizados, empregando inteligência artificial (IA) para apoiar suas operações. "Se por um lado isso gera eficiência e redução de custos, por outro prejudica as habilidades das tripulações, que se acostumam a manobrar menos, usando os recursos de automação disponíveis", analisou.
O presidente da Praticagem do Brasil também destacou a necessidade de manter o nível de competência para lidar com condições mais críticas e inesperadas. "Nosso trabalho, será sempre primordial para proteger o comércio marítimo, as pessoas e o meio ambiente onde vivem", defendeu.
Ele garantiu que a categoria vai adotar, por menores que sejam, medidas para compensar as emissões. "Em outra frente ambiental, trabalhamos para a assinatura das convenções que tratam da poluição poracidesntes e remoção de destroços. O objetivo é ampliar a capacidade financeira do Brasil lidar com emergências", ressaltou.
Em 12 de junho de 1975, sete entidades de praticagem fundaram o Centro Nacional de Praticagem e constituíram o o Conselho Nacional de Praticagem como órgão consultivo. Em 1988, houve entendimento que a representação passaria a ser sob um conselho. A Praticagem do Brasil é filiada à Impa (Associação Internacional de Práticos Marítimos) e ocupa uma das vice-presidências dessa entidade, que responde pela categoria na Organização Marítima Internacional (IMO).
"Ao longo dos anos, temos conseguido demonstrar o quão essencial é esse padrão regulatório para a segurança. O resultado foi a aprovação, em 2024, a nova Lei de Praticagem. A legislação trouxe estabilidade aos pilares desse modelo consagrado internacionalmente", salientou Fonseca, durante celebração dos 50 anos, na última terça-feira (10), no Rio de Janeiro (RJ).
Na cerimônia, o Conapra anunciou que adotou definitivamente o nome "Praticagem do Brasil" em todas as esferas. O objetivo é ampliar a comunicação com o público a fim de valorizar o trabalho dos práticos. "Devemos estar conectados com tempos de transparência e diálogo. E a nova denominação traduz, com clareza, noss abrangência e nosso papel estratégico para o país. O legado do Conselho segue vivo em nossa memória", concluiu Fonseca.