O presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc), Antônio Teófilo, destacou que o embarque das 165 cabeças de gado é um fato histórico para a pecuária do Rio Grande do Norte. “Teremos um grande salto em vendas e uma melhoria genética significativa”, acrescentou. O criador Camilo Collier relembrou que outras 500 bovinos deverão ser negociados até o fim do ano e, caso todas os diálogos se transformem em contratos, até cinco mil cabeças de gado potiguar deverão ganhar os pastos africanos pelos próximos cinco anos.

“Vai faltar gado para vender para esse pessoal”, vislumbrou Collier, que já aguarda o nascimento de até 280 bezerros até o fim de agosto próximo. O gado Guzerá produzido no Rio Grande do Norte foi escolhido pelo Governo do Senegal após representantes da embaixada do país africano no Brasil percorrerem 12 fazendas especializadas na espécie no Nordeste. No próximo mês, os criadores Camilo Collier e Geraldo Alves se reunirão com membros de outros sete países africanos que demonstraram interesse em adquirir animais do mesmo perfil.

Quarentena

Apesar do estresse dos animais, causado pelo transporte rodoviário e pela quantidade de pessoas envolvidas no trabalho, todos foram embarcados em estruturas quadradas de madeira com amplo espaço para ventilação, mas sem a possibilidade deles deitarem e/ou abastecimento de água ou comida durante o voo. O procedimento, de acordo com os representantes das Secretarias de Vigilância Sanitária e do Ministério da Agricultura, confirmaram que este é o procedimento padrão.

O fiscal federal agropecuário, Alexandre Alves, explicou que muitas medidas de segurança são avaliadas para que nenhum animal doente seja embarcado. “Os animais ficam em quarentena para serem avaliadas as questões clínica e veterinária, se todas as vacinas requisitadas foram aplicadas e se todos os exames de tuberculose, febre aftosa e brucelose foram feitos”, listou. Além dele, veterinários do governo senegalês em Natal acompanharam os procedimentos.  No desembarque, outra equipe de especialistas em saúde animal também avaliará o recebimento do rebanho.

Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal