Tecon Imbituba investe para atrair as cargas gaúchas

Os terminais portuários do Rio Grande do Sul terão que se qualificar se não quiserem observar cargas procedentes ou com destino final no Estado serem movimentadas em Santa Catarina. Essa competição está cada vez mais acirrada principalmente na área de contêineres. Preparando-se para essa disputa, o complexo catarinense Tecon Imbituba investiu cerca de US$ 15 milhões em dois portêineres (guindastes sobre trilhos que percorrem o costado do navio) que deverão iniciar suas operações até meados de agosto.

A gerente comercial da Santos Brasil (controladora do Tecon Imbituba), Rejane Scholles, detalha que os equipamentos permitirão operações com embarcações de maior porte. "Estaremos em pé de igualdade com o Tecon Rio Grande", afirma a executiva. Os portêineres chegaram da China no dia 18 de junho e foram adquiridos do grupo ZPMC.

Rejane reitera que o Tecon Imbituba é uma alternativa para as exportações e importações feitas a partir do Estado. Ela ressalta que o porto catarinense está a cerca de 360 quilômetros de Porto Alegre, ou seja, apenas 40 quilômetros a mais do que a distância entre a Capital gaúcha e o porto de Rio Grande. Além disso, ela lembra que a rodovia BR-101, que liga as duas regiões, está sendo duplicada e os pedágios na Metade Sul gaúcha são muito onerosos.

Entre as cargas que podem ser escoadas pelo Tecon Imbituba, Rejane cita itens do setor metalmecânico, químicos, móveis, calçados, entre outros. Quanto à importação, ela destaca insumos industriais e bens de consumo final. A dirigente espera que a movimentação de cargas pelo porto cresça nos próximos anos, acompanhando o desenvolvimento da economia e através da atração de novas cargas.

No ano passado, o Tecon Imbituba movimentou cerca de 25 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Rejane explica que a expectativa é de aumentar esse volume, já que o porto conta hoje com uma capacidade para trabalhar com 150 mil TEUs ao ano e, futuramente, essa capacidade deverá chegar a aproximadamente 1 milhão de TEUs.

Desde que ganhou a concessão do Tecon Imbituba por meio de licitação pública, há três anos, a Santos Brasil vem ampliando e preparando o terminal com tecnologia e infraestrutura para receber linhas da Ásia, Europa e Américas. No total, estão previstos investimentos de cerca de R$ 440 milhões. O valor contempla o arrendamento do terminal (contrato de 25 anos com previsão de renovação para mais 25), obras civis para a construção de dois berços de atracação, aquisição de equipamentos portuários para movimentação de contêineres e capacitação de mão de obra local.

O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, argumenta que a competição entre os portos é resultado de um desejo empresarial que vem se consolidando com o passar do tempo. "A concorrência é importante para que o sistema portuário melhore seu desempenho, absorva tecnologia e se torne um motor de desenvolvimento regional", comenta o dirigente.

Ele salienta que os portos que atuam na área do Mar do Norte, em países como Alemanha, Holanda e Bélgica, verificam uma competição ferrenha e estão entre os mais eficientes do mundo. Manteli aponta o porto de Rio Grande, dentro do Cone Sul, como o que reúne as melhores condições para ser um concentrador de cargas. Para justificar a opinião, o presidente da ABTP enfatiza que a estrutura possui uma extensa dimensão, acesso por ferrovia e hidrovia e um calado profundo. Apesar dessas qualidades, Manteli alerta que o complexo gaúcho precisa melhorar a sua gestão e continuar aprimorando-se para não perder cargas para os vizinhos.

Fonte: Jornal do Commercio (RS)/

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