Em meio aos inúmeros desafios enfrentados pelo setor da construção pesada durante a pandemia, como o fechamento da economia e a falta de insumos, o Ceará acabou ficando no centro dos debates globais sobre a produção de hidrogênio verde, abrindo uma porta para sermos um grande hub deste combustível no Brasil.
Temos o sol e os ventos que geram as energias solar e eólica que se complementam. Além disso, a nossa posição geográfica estratégica favorece as exportações do hidrogênio verde aos principais mercados consumidores, fazendo com que o Ceará, em pouco mais de um ano, atraísse a atenção de investidores de todo o mundo. E isso colocará o setor da construção pesada em um patamar importante, pela quantidade de obras e projetos de infraestrutura que serão demandados, incrementando de maneira muito forte a nossa atividade.
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A expectativa é de que nos próximos anos o Estado, pioneiro nos segmentos de energia eólica e solar, receba investimentos em infraestrutura da ordem de bilhões de dólares. Para exemplificar a grandeza desses projetos, no final de outubro, o governador Camilo Santana assinou, na Holanda, um memorando de entendimento com o consórcio europeu Transhydrogen Alliance, que prevê investimentos de US$ 2 bilhões no Complexo do Pecém para a produção de hidrogênio verde.
Até o momento já foram assinados mais de 10 memorandos de entendimentos com empresas nacionais e internacionais para implantação de outros empreendimentos no Estado, o que abre uma perspectiva muito promissora para todo o setor da construção pesada. O avanço das obras de infraestrutura irá beneficiar toda a economia, refletindo diretamente no PIB cearense.
Voltado para redução das emissões de gases poluentes, o hidrogênio verde já é o “combustível do futuro” e poucos locais estão tão bem preparados para o desenvolvimento desse insumo como o Ceará.
Dinalvo Diniz é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Ceará (Sinconpe)