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Artigo - Reflexões sobre os desafios das obras marítimas em tempos de mudanças climáticas

O cenário atual das obras marítimas é marcado por desafios crescentes, impulsionados pelas mudanças climáticas. O aquecimento global tem levado à elevação do nível do mar, colocando em risco a manutenção e construção de infraestruturas costeiras e marítimas. Especialistas alertam que fenômenos antes previstos para as próximas décadas, como erosões costeiras e problemas em infraestruturas submersas, estão ocorrendo mais cedo do que esperado. A tecnologia para atracação de embarcações também tem necessitado de adaptações significativas para enfrentar a nova realidade marítima.

A resposta a esses desafios exige uma combinação de inovação técnica e flexibilidade estratégica. Projetos recentes demonstram que é possível não apenas adaptar-se às mudanças, mas também inovar, usando tecnologias avançadas para superar as limitações impostas pelo ambiente em transformação. Por exemplo, a utilização de estacas pré-moldadas e a execução de técnicas sofisticadas de ancoragem e amarração mostram que é viável construir estruturas robustas e duráveis, mesmo diante das adversidades climáticas e geológicas.


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A ausência de dragagem e o desafio de manter a profundidade dos canais de acesso e berços de atracação ilustram outro aspecto crítico da problemática. Sem intervenções eficazes, os portos correm o risco de perder sua capacidade de receber navios de grande porte, impactando diretamente sua competitividade e função econômica. Isso sublinha a importância de não apenas melhorar as tecnologias existentes, mas também de explorar soluções inovadoras, como a criação de quebra-mares e recifes artificiais, que podem oferecer respostas sustentáveis ao avanço das águas.

A capacidade de planejar e executar projetos complexos em ambientes marítimos desafiadores tornou-se um diferencial crítico. Isso envolve a escolha cuidadosa de equipamentos e tecnologias adequadas, assim como a gestão experiente dos riscos associados às operações offshore. O uso de barcaças especializadas, guindastes flutuantes e tecnologias de cravação de estacas são exemplos de como a engenharia pode superar os obstáculos físicos e operacionais impostos pelo mar.

O sucesso nessas empreitadas não depende apenas da tecnologia, mas também de um entendimento profundo das condições geotécnicas e da topografia submarina. A sondagem e análise do solo marinho são passos iniciais indispensáveis para garantir a segurança e a viabilidade de qualquer projeto marítimo. Esses estudos permitem a identificação das soluções mais adequadas, levando em conta não apenas a eficácia técnica, mas também a sustentabilidade ambiental e a otimização de custos.

Além disso, o enfrentamento do problema da erosão marinha, exacerbado pelas mudanças climáticas, requer uma abordagem holística que considere as especificidades do extenso litoral brasileiro. A utilização de controles de precisão, como o GPS, e o avanço nas técnicas de construção subaquática, refletem o potencial para abordar esses desafios de maneira eficiente.

Em resumo, as obras marítimas contemporâneas, influenciadas pelas mudanças climáticas, tornam-se um teste para a resiliência humana e a capacidade de inovação tecnológica. Com estratégias de planejamento eficazes, a implementação de tecnologias avançadas e um comprometimento com a sustentabilidade ambiental, é possível superar os desafios presentes e contribuir para a construção de um futuro mais seguro e sustentável para as infraestruturas costeiras e marítimas.

Ricardo MullerRicardo Muller, Head da Unidade de Negócios - Rio de Janeiro da SEEL Engenharia

 

 

 

 

 






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