Por Wagner Siqueira
• Diz o velho ditado que a única certeza na vida é a morte. Não sabemos quando ela vai chegar, mas é plena a convicção de que, mais cedo ou mais tarde, ela baterá a nossa porta. Infelizmente, para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, o fim da vida chegou após um acidente aéreo, pegando o Brasil de surpresa.
A trágica morte do relator da maior operação de combate a corrupção do país, a Lava Jato, comoveu todo o país. Teori conduzia etapas importantes do processo e era ele quem iria, no início de fevereiro, homologar as delações premiadas de 77 executivos da Odebrecht.
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Após a fatídica morte de Teori, o futuro da Lava Jato ainda é incerto. Entretanto, a vida continua e a maior operação da história desse país precisa seguir adiante com a mesma isonomia, profissionalismo e credibilidade adotados pelo falecido magistrado. Por isso, o Conselhos Federal de Administração (CFA) defendeque as delações em questão sejam homologadas o mais rápido possível pela atual presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.
Com relação à substituição da relatoria da Lava Jato, entendemos que a escolha deve acontecer em acordo de plenário da corte, excluindo-se a possibilidade da redistribuição do processo por meio da realização de sorteio. Entregar o destino de uma operação com tamanha magnitude à sorte é imprudente, podendo custar caro para o Brasil.
Quais rumos a operação vai tomar ainda não sabemos, mas demanda do STF sensatez e assertividade nas decisões. Não podemos permitir que o clima de incerteza paire sobre o país e, quanto antes a corte maior deste país se posicionar com relação ao destino da Lava Jato, melhor para o futuro de uma nação cansada de tanta impunidade.
Wagner Siqueira é Presidente do Conselho Federal de Administração