Navalshore 2024

Subindo a ladeira

O ano que se inicia promete melhoria na demanda para a indústria naval, o setor que tem como principais segmentos o transporte marítimo e fluvial, os terminais portuários, a construção naval e a produção de petróleo e gás em alto-mar.

O transporte marítimo e fluvial vai apresentar aumento na demanda por cargas, considerando a ampliação dos índices de expansão econômica do país e a ampliação do comércio exterior, estimado pela Associação Brasileira dos Exportadores (AEB) em 1% nas exportações (US$ 219 bilhões) e 11,7% nas importações (US$ 168,625 bilhões). Boa notícia para os portos que continuam com desempenho positivo.

 

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O movimento nos portos promove a demanda por rebocadores portuários, segmento onde estaleiros já recebem as encomendas da Switzer e Hamburg Sud, ambas sob controle acionário da Maersk. Contratações que devem aumentar já que a operadora marítima gera créditos do AFRMM que poderá usar na construção local dos rebocadores. O Estaleiro Atlântico Sul (EAS-PE), o único a construir navios petroleiros de grande porte para transporte na costa brasileira, terá em 2018 um ano de definições.

O segmento de produção de petróleo e gás em alto-mar vai gerar forte demanda por serviços de apoio marítimo, construção local de navios de serviços offshore e contratos em estaleiros para obras de construção de módulos e sua integração aos cascos das plataformas de produção. Nove plataformas estão previstas até 2022, assegurando demanda por serviços de sísmica, perfuração e construção submarina. Cada plataforma representa a conexão a 10 ou 15 poços de produção, com sistemas submarinos de dutos e ANM (Árvore de Natal Molhada — conjunto de válvulas da cabeça do poço). A Aker Solutions do Brasil se preparou e inaugurou, em abril de 2017, a nova fábrica de equipamentos submarinos, em São José dos Pinhais (PR), com investimentos de R$ 280 milhões. Cada plataforma vai contratar cinco navios de apoio marítimo, promovendo demanda no segmento de navegação para serviços offshore.

O mercado da produção de petróleo mobilizou o debate, em dezembro passado.  O projeto de lei que amplia o conteúdo local nos fornecimentos à produção de petróleo foi aprovado num acordo firmado para aceitar em troca da aprovação do regime especial de tributação do Repetro. O acordo amplia o conteúdo local que passa a ser: 25% de serviços e 40% de equipamentos para a construção do poço; 40% de serviços e o mesmo valor para equipamentos do Sistema de Coleta e Escoamento; e 25% de serviços e 40% de equipamentos usados nas plataformas de petróleo.

Em reunião com associados e a imprensa, o presidente da Abimaq, José Velloso, relatou com bom humor os lances do lobby no Congresso entre as petroleiras e os fornecedores locais. A esperança é que seja destravado o impasse que ameaçava atrasar novos contratos de fornecimentos. 

Em 2018 vamos assistir ao desenrolar das notícias sobre a chegada dos chineses, no financiamento à Petrobras e provavelmente no Comperj. Mas vamos assistir também ao desenrolar das notícias sobre a volta dos americanos, com a assinatura, em dezembro de 2017, do acordo de aliança estratégica entre a ExxonMobil e a Petrobras para atuar juntas em oportunidades comerciais. Dando continuidade à ação conjunta que levou à conquista de seis blocos de exploração offshore na Bacia de Campos na 14ª rodada realizada em setembro de 2017.

Em 2018, carece que as associações de classe do setor respondam em conjunto à notícias que alegam que o Repetro representa perda de arrecadação de R$ 1 trilhão, quando na verdade a produção de petróleo vai gerar cerca de R$ 2 trilhões em participações governamentais previstas em lei. n

Por Ivan Leão - Diretor da Ivens Consult



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