PROJETO FINALISTA DO PRÊMIO PORTOS E NAVIOS DE RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Palavras-chave: diversidade e inclusão, maternidade, setor marítimo e políticas inclusivas.
Resumo
Este presente artigo apresenta as estratégias da Companhia Brasileira de Offshore (CBO) para promover a equidade de gênero, com ênfase nas experiências das colaboradoras, especialmente mães. O texto descreve a origem, o desenvolvimento e os resultados de ações estratégicas em prol da diversidade das experiências femininas, com destaque para iniciativas como o Home Office First, licenças estendidas, apoio à parentalidade e fortalecimento da presença feminina no setor marítimo. A proposta se insere em um modelo de gestão comprometido com o cuidado, a escuta ativa e a transformação das estruturas corporativas, buscando a paridade de gênero até 2035.
1. Introdução
A equidade de gênero no ambiente de trabalho exige políticas inclusivas que considerem não apenas a presença de mulheres nas organizações, mas também as especificidades de suas trajetórias. A CBO vem estruturando, desde 2019, ações que ampliam a inclusão e o cuidado com as colaboradoras, considerando, sobretudo, os impactos da maternidade e as barreiras enfrentadas em setores historicamente masculinos, como o marítimo.
2. Origem e descrição do projeto
O projeto Colaboradoras no Centro surge da consolidação de uma agenda de Diversidade e Inclusão na CBO, iniciada em 2019 e intensificada a partir de 2021 com a criação do Comitê For All. A seguir, são apresentadas as principais ações que compõem essa estratégia:
• Home Office First: benefício que permite o trabalho remoto integral de colaboradoras após o retorno da licença-maternidade, até os 12 meses do bebê, promovendo a conciliação entre maternidade e trabalho;
• Programa Empresa Cidadã: adesão em 2020, com extensão das licenças-maternidade para 6 meses e paternidade para 20 dias;
• Grupo de Afinidade Mulheres e Mães: criado em 2021, como espaço de escuta, apoio e proposição de ações estratégicas;
• Auxílio-creche: até 70% dos valores com creche, babá ou cuidadora, limitado a um salário-mínimo;
• Salas de amamentação: instaladas em todos os escritórios da Companhia;
• Movimento Mulher 360: adesão como estratégia de promoção do empoderamento econômico feminino;
• Projeto Bebê a Bordo: entrega de kit maternidade e cartilha informativa sobre todos os direitos e benefícios;
• Proteção à gestação no setor marítimo: colaboradoras grávidas são desembarcadas e realocadas em funções compatíveis em terra, com manutenção do vínculo profissional.
3. Fase atual do projeto
O projeto está em fase de implementação consolidada, com suas ações integradas à rotina da Companhia. Todas as iniciativas foram desenvolvidas com base em recursos organizacionais já disponíveis, sem necessidade de investimento financeiro adicional ou mobilização de voluntários.
4. Perspectivas
A CBO estabeleceu como meta estratégica alcançar a paridade de gênero até 2035, com igual número de mulheres e homens no quadro de colaboradores. Outras perspectivas envolvem:
• Consolidação de mecanismos de monitoramento e avaliação de impacto;
• Ampliação do diálogo institucional com mulheres;
• Reforço das medidas afirmativas em processos seletivos;
• Aprimoramento das estratégias de retenção e valorização de lideranças femininas.
5. Resultados alcançados
Os impactos das ações já são visíveis, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos:
• Aumento da presença feminina no setor marítimo:
De 2,49% (2019) para 8,66% (2025), totalizando 115 colaboradoras atuando no mar;
• Crescimento da liderança feminina marítima:
De 1% (3 líderes em 2019) para 5% (16 líderes em 2025);
• Maior permanência e engajamento das colaboradoras mães, favorecido pelo Home Office First;
• Ambiente corporativo mais acolhedor, seguro e sensível às experiências da maternidade;
• Atuação do Comitê de Compliance na promoção de condutas éticas e no enfrentamento de situações incompatíveis com os valores da empresa.
6. Considerações finais
O projeto Colaboradoras no Centro representa o compromisso da CBO com uma gestão voltada ao cuidado e à equidade. Ao reconhecer as especificidades da maternidade e enfrentar as desigualdades estruturais de gênero, a Companhia avança na construção de um ambiente corporativo mais justo, plural e sustentável. Trata-se de um movimento contínuo, que reafirma a responsabilidade social das organizações na promoção da igualdade e no fortalecimento da presença feminina em todos os espaços, inclusive no setor marítimo.