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Editorial

A participação de empresas estrangeiras detentoras do ‘know-how’ tão necessário aos estaleiros nacionais, seja como sócias ou contratadas, resolveu ou atenuou a defasagem tecnológica que emperrava a chamada curva de aprendizagem na retomada. Hoje a um passo da superação, a virada de página tem suscitado novas questões. Estas parcerias colocaram a máquina em funcionamento, mas, efetivamente, produzem evolução para a indústria naval brasileira como um todo ou o conhecimento fica encapsulado na planta onde se dá a parceria? Este é o assunto de uma das reportagens desta edição, com início à página 16. Para uma das maiores autoridades brasileira em engenharia naval, o presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia Naval (Sobena), Floriano Pires, a resposta é: não necessariamente. Para ele, somente com um ‘cluster’ naval forte e diversificado, onde os profissionais transitam naturalmente de uma empresa a outra, é possível a disseminação do conhecimento. Essa tese reforça outra: a de que a engenharia nacional ganhará musculatura com conteúdo nacional desenvolvido e competitivo. Hoje não há como competir com os pacotes importados que incluem projeto, engenharia e produtos. Em outra reportagem, à página 46, o presidente da Câmara Setorial de Equipamentos Navais e Offshore (CSEN) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), César Prata, afirma que o setor de máquinas das áreas naval e ‘offshore’ está demitindo e não vê melhoria nos próximos anos. Segundo ele, o conteúdo nacional não está encontrando meios de se desenvolver e competir. Ou seja, a cadeia produtiva não está se desenvolvendo harmonicamente.






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