Editorial

A candidata do PSB à presidência, Marina Silva, promete reduzir a importância da exploração do petróleo do pré-sal na cesta de combustíveis disponíveis no país caso seja eleita. Não deixa de ser uma posição corajosa, embora represente uma espécie de haraquiri eleitoral. Em campanha — e com chances —, Marina embaralha o cenário para os setores de petróleo, gás e naval. Vejamos: como ignorar o esforço que foi feito até aqui para viabilizar o pré-sal, seja politicamente, seja pelos investimentos em curso? Todos os estados brasileiros envolveram-se no embate pela divisão dos royalties. E os milhares de empregos gerados e por gerar? E o esforço pela qualificação industrial na formação de uma cadeia de fornecedores locais?

Pela sua importância para o enriquecimento do país, geração de empregos, desenvolvimento da qualificação da mão de obra e oportunidade para aquisição tecnológica, é impensável abrir mão do pré-sal em primeiro plano. Quantas empresas já foram atraídas para o Centro Tecnológico da UFRJ por conta do pré-sal, tornando o país um dos mais importantes destinos de investimentos em pesquisa? Promover o investimento na produção de etanol e criar incentivos para parques eólicos e energia solar é louvável e desejável, assim como projetar a redução gradual das térmicas. É o futuro, sem dúvida. Mas definitivamente no presente não se  pode promover retrocesso e cancelar conquistas.


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