O Mercosul prepara uma lista de quatro ou cinco projetos transnacionais na área de infraestrutura que serão apresentados, com o aval de países do bloco, a grandes investidores.
A decisão foi tomada na reunião de ministros da área econômica durante a Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Santa Fé, na Argentina, no início desta semana e é uma das bandeiras brasileiras à frente da presidência pro-tempore do bloco. A ideia é que os ministros de infraestrutura dos países-membros façam uma lista dos projetos que ajudem a resolver gargalos do setor na região. "Cada sócio vai apresentar projetos de natureza transformadora. A ideia é eleger projetos que viabilizem retorno para o investidor e saldem problemas de infraestrutura", disse.
Troyjo destaca, por exemplo, áreas de logística de commodities agrícolas e minerais, interligação energética - com destaque para o gás natural, que tem o interesse brasileiro - e áreas em que a região "ficou para trás", como na navegação de cabotagem. O secretário cita ainda projetos ferroviários que atravessariam pelo menos quatro países, com conexão a portos no Atlântico e no Pacífico. Mas deixa claro que só entrará nessa lista o que for consensual e viável.
O secretário aponta que há interesse de investidores, mas os projetos acabam não saindo do papel pela complexidade. "Tem muito de capital de investidores em países como Noruega, Japão e que têm interesse em projetos como esses, mas pela escala é um investimento transnacional", disse, completando: "Tem gente querendo investir e o Mercosul ficou, nos últimos anos, quase esperando o investidor desenhar o projeto e obter o apoio político dos países envolvidos para construir", destacou.
Troyjo afirma esperar que, após concluída, a lista possa ser apresentada como um dos resultados da presidência pro-tempore brasileira. Para ele, o Mercosul teria a oportunidade de divulgar projetos dessa dimensão em eventos como a reunião de aniversário do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que se comemora neste ano, e o fórum econômico de Davos, na Suíça, no início de 2020.
Fonte: Estadão