Evento marca reposicionamento da companhia, que prevê atuação na indústria offshore e no mercado de energias renováveis
Após se consolidar nos últimos dois anos no segmento de reparos navais, o estaleiro adota a marca Atlântico Sul Heavy Industry Solutions e planeja uma nova etapa de expansão que passa a incluir a indústria offshore e o mercado de energias renováveis.
O anuncio do novo posicionamento acontece na Navalshore, principal evento do setor, aberto nesta terça (16) no centro de convenções Expo MAG, no Rio, e que vai até o dia 18.
Segundo a CEO do Atlântico Sul, Nicole Terpins, o reposicionamento está relacionado a um novo momento do setor, após a crise que o atingiu na última década.
“Acreditamos em uma retomada paulatina da indústria naval, dentro de um novo contexto, mais voltado para a indústria offshore e para as energias renováveis. Antecipando este momento, decidimos ampliar as atividades com foco nesse mercado”, explicou.
Nesta quarta-feira (17), Nicole participará da conferência na Navalshore, em um painel sobre as perspectivas e oportunidades para a indústria naval e offshore. De acordo com ela, esse mercado deve gerar uma demanda expressiva no país, dependendo apenas da formulação de políticas públicas adequadas.
Segundo Léo Delarole, diretor do Atlântico Sul, por enquanto a companhia se mantém focada no reparo de navios, devendo entrar em breve no segmento subsea. Que tem maior valor agregado e envolve a construção de estruturas de apoio para equipamentos utilizados na exploração de petróleo no mar. A empresa planeja ainda atuar no ramo de construção de torres eólicas onshore. Futuramente, a ideia é produzir também torres eólicas offshore. Ainda sobre mercado de reparo naval, o Atlântico Sul assinará, na Navalshore, mais um contrato com a empresa Norsul.
Júlio Goes, consultor do EAS o mercado brasileiro tem grande potencial mas ainda depende de regulamentação. “Temos 8.600 km de costa totalmente explorável. A energia eólica responde por 11% da matriz energética brasileira, só atrás da hidrelétrica, produzindo um total de 21 gigawatts, ante 14 gigawatts gerados pela usina de Itaipu. Só em fase de licenciamento ambiental já temos mais de 160 gigawatts de energia eólica offshore. A competição será grande. Na Europa isso já é uma realidade”, afirma.
Outro ramo em que o Atlântico Sul pretende entrar, como já anunciara, é o de descomissionamento (desmonte) de grandes plataformas de petróleo. De acordo com Delarole, a companhia deverá fechar o primeiro contrato para esse serviço no segundo semestre do ano que vem. Já a construção de plataformas dependeria de existir demanda. “Para isso, é preciso haver uma política de conteúdo local que incentive a construir”.
Atlântico Sul apresenta nova fase de negócios na Navalshore
- Da Redação
- Especial Navalshore