A paralisação no campo de Frade deve reduzir a produção da Chevron durante 2012. A projeção da empresa para este ano era de extrair 2,68 milhões de barris de óleo equivalente por dia, mas os problemas encontrados no Brasil vão tornar a meta mais difícil, afirmou sexta-feira (27) o vice-presidente de exploração e produção da companhia, George Kirkland.
A petrolífera interrompeu a perfuração de Frade em março, depois que cerca de 2 mil barris de óleo vazaram do poço para o oceano. A produção, assim, foi cortada em 25 mil barris diários durante o segundo trimestre. O executivo disse que ainda não está certo quando a operação no local vai ser reiniciada. No entanto, a companhia informou, em nota, que pretende entregar seu plano de retomada de produção à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombutíveis (ANP) nas próximas semanas.
“A Chevron Brasil está preparando seu plano de retorno à produção, que deverá ser entregue à ANP nas próximas semanas”, informou a companhia, em nota.
A diretora da ANP, Magda Chambriard, já havia manifestado que a autarquia não tem objeções com relação ao retorno da produção em Frade.
A ANP, no entanto, mantém a proibição com relação à injeção de água no campo. A petroleira norte-americana também está impedida de perfurar novos poços no Brasil, até que apresente uma análise de risco que leve em conta uma correlação não considerada na perfuração realizada em novembro, quando um incidente provocou o vazamento de 3,7 mil barris de óleo no mar.
A produção no campo de Frade está suspensa, a pedido da própria petroleira, desde março deste ano, quando foi identificado o segundo vazamento no local. Dessa vez, o vazamento foi da ordem de cinco litros.
Balanço
Mesmo com a redução e a consequente queda de 6,7% no lucro líquido, em bases anuais, entre abril e junho, a Chevron apresentou um resultado acima do aguardado por analistas. Uma compilação realizada pela Factset Research apontava para US$ 3,23 em lucro por ação, mas a empresa apresentou US$ 3,66 — 13,3% a mais.
Seus papéis registravam avanço de 0,7% na Nyse, bolsa de Nova York, por volta das 14h35 (horário de Brasília), sendo cotados a US$ 109,06.
Na Austrália, Kirkland afirma que a operação está como o esperado. “A Chevron continua dentro do prazo e do orçamento para completar seu projeto de gás natural na Austrália Ocidental, chamado de Gorgon”, disse. Segundo o executivo, a petrolífera está revisando a operação para se manter dentro do cronograma.
A empresa afirmou que o clima, a valorização do dólar australiano e a alta dos custos de contratação no país chegaram a atrasar o empreendimento anteriormente, além de aumentar seus gastos. A moeda local subiu cerca de 5% frente ao dólar desde o começo do ano.
“Acho que estamos dentro do esperado para completar o projeto até o fim de 2014”, avaliou o executivo. De acordo com a Chevron, a quantidade de gás natural que poderá ser transportada de Gorgon já foi aumentada em 4% durante a fase pré-operacional, para 15,6 milhões de toneladas anuais.
Fonte: Valor / Rodrigo Polito
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