O Instituto Aço Brasil estima aumento de 2,2% da produção, em 2022, para 36,807 milhões de toneladas. Em relação às vendas internas, há expectativa de crescimento de 2,5%, para 23,347 milhões de toneladas, de acordo com a entidade.
“Acreditamos que patamares de demanda se sustentam em 2022”, disse o presidente do conselho diretor do Aço Brasil, Marcos Faraco.
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O consumo aparente terá alta de 1,5%, para 27,05 milhões de toneladas.
Segundo o Aço Brasil, os investimentos projetados de 2021 a 2025 somam R$ 45 bilhões. No período de 2008 a 2020, foram investidos R$ 158,5 bilhões.
A entidade também revisou a expectativa para 2021. A produção bruta de aço crescerá 14,7%, em 2021, para 36 milhões de toneladas. A projeção anterior, feita em julho, era de aumento de 14%.
Já a expectativa de crescimento das vendas internas passou a ser de 17%, para 22,78 milhões de toneladas, abaixo da estimativa anterior de alta de 18,5% das vendas internas.
A exportações terão queda de 4,3%, em 2021, segundo o Aço Brasil, para 10 milhões de toneladas. Em julho, a projeção era de que a retração chegaria a 8,7%.
A entidade estima que as importações terão incremento de 96,9%, para 3,86 milhões de toneladas. Em julho, o Aço Brasil projetava expansão de 119%.
O consumo aparente de aço crescerá 24,3%, para 26,65 milhões de toneladas, em linha com a estimativa passada, de alta de 24,1%.
Juros e inflação
Para o presidente do conselho diretor do Aço Brasil, a inflação e os juros são pontos de atenção, mas os sinais são de um “ano bom” para o setor siderúrgico. Há “nuvens de atenção a serem acompanhadas ao longo do ano”, segundo Faraco, que serão monitoradas.
“Os dados que trazemos são uma sinalização positiva”, complementou o presidente executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes. De acordo com Lopes, a entidade trabalha com a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 2% em 2022.
A perspectiva de vendas para setor imobiliário, no começo de 2022, segue positiva, de acordo com Faraco. Questionado sobre o impacto, a partir da segunda metade do ano, da desaceleração do setor imobiliário, o presidente do conselho diretor disse que tem havido acomodação de lançamentos e vendas e que “ainda é cedo para fazer previsões para o segundo semestre”.
O Aço Brasil aposta também em aumento da demanda por aço para obras de infraestrutura. Faraco destaca que o aumento de exportações de bens de capital e implementos agrícolas também beneficia as vendas internas de aço.
Há expectativa de crescimento de 2,5% da vendas internas do insumo, em 2022, para 23,347 milhões de toneladas, de acordo com a entidade.
Especulação de preços
O presidente executivo do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, disse hoje que a entidade não aceita “colocação de especulação de preços”. Em coletiva de imprensa, o executivo ressaltou que os incrementos de preços resultaram de altas no mercado internacional decorrentes das variações dos valores do minério de ferro.
“Na guerra de narrativas em 2020, o setor foi acusado de estar aumentando suas exportações. Mas diminuímos as exportações para atender ao desbalanceamento da cadeia”, disse Lopes.
Segundo o representante setorial, o grau de utilização da capacidade do setor é muito baixo. Considerando-se o período de janeiro a outubro, a média de utilização da capacidade ficou em 71,4%. A média mensal de vendas de laminados, no período, foi de 1,906 milhão de toneladas, com expansão de 19,6% na comparação anual.
Com o início da pandemia de covid-19, em março de 2020, houve queda na demanda e consumo de estoques. “Em seguida, vieram a retomada em V, a recomposição de estoques e a formação de estoques defensivos”, disse Lopes. Com o aumento da demanda e o “boom” dos preços da commodities, houve elevação de preços do aço no Brasil e no mundo.
Fonte: Valor