São Paulo/Rio. O empresário Eike Batista atribuiu as dificuldades atuais de seu conglomerado às falhas de gestão cometidas por executivos do grupo, à impaciência dos investidores e à falta de sorte.
Ao "Wall Street Journal" o executivo disse ter sido enganado pelo "dream team" (time das estrelas) de diretores montado para tocar os negócios do grupo.
Em referência à OGX, uma das principais frustrações dos investidores, Eike considerou que, por ser executivo da área de mineração, não tinha conhecimento suficiente sobre a indústria de petróleo para questionar relatórios apresentados pelos executivos. "Sou dono de um grande grupo. Eu sozinho não posso fazer isso. Eu poderia ser o dono de um hospital, mas sem 50 cirurgiões das suas respectivas áreas você não é nada. Não tenho conhecimento específico. Você não pediria ao dono de um hospital para operar seu rim", diz ao jornal. Eike está no centro de uma das maiores reestruturações empresariais do país. Mergulhado em uma crise de credibilidade e com dívidas superiores a R$ 20 bilhões, o grupo EBX viu o valor de suas empresas ser reduzido a menos de 15% do pico, próximo a R$ 7 bilhões.
O executivo iniciou vendas do seu patrimônio para pagar dívidas e hoje tem posições expressivas só nas empresas que não conseguiu repassar para outros grupos, como OGX e OSX.
Logística
Ontem, Eike finalizou um acordo para venda da LLX, empresa responsável pelo projeto do Porto do Açu, no norte fluminense, para o fundo norte-americano EIG Holdings. O acordo prevê o investimento de até R$ 1,3 bilhão por meio de uma operação de aumento de capital social. A confirmação da venda coincide com a decisão do BNDES de ampliar o prazo para o pagamento da dívida de R$ 518 milhões, que venceria neste mês.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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