Que os preços de produtos importados e eletroeletrônicos ficaram mais caros por conta das medidas protecionistas do Governo Federal e do aumento do dólar todo mundo já sabe, mas além dessas mudanças, os preços ao consumidor final aumentam também por causa do aumento do frete marítimo. Desde o mês de abril, os quatro principais operadores de navios, chamados de armadores, que operam no Brasil aumentaram o frete em 40%.
Para o especialista em comércio exterior e técnico aduaneiro da Mundial Import & Export Solutions, Carlos César Pilarski, isso dificulta ainda mais a exportação brasileira, a importação de componentes e, finalmente, encarece os preços ao consumidor interno. Entre os motivos para o incremento estão a crise na Europa e o aumento no preço do combustível a nível internacional. “O frete marítimo vem encarecendo desde o início de 2012. Com a crise mundial, há menos gente usando os transportes marítimos, isso aumenta naturalmente o frete. Outro fator é o encarecimento do óleo pesado, produto derivado do petróleo usado como combustível de navio”, explica. Os valores do frete, que não passavam de US$ 900 por contêiner enviado do Brasil para a Europa, já chegam a US$ 1.200. Para a Ásia, os custos já beiram US$ 2 mil por unidade. Pilarski acrescenta que esses aumentos abaixam a competitividade dos produtos brasileiros no exterior.
MERCADO INTERNO
O panorama é ainda pior na importação, pois um contêiner embarcado na Ásia pode ter seu frete avaliado em até US$ 6 mil. E para complicar a situação dos brasileiros, o custo do frete é um dos componentes que define o valor dos impostos de importação, PIS/COFINS, IPI e ICMS, o que acaba afetando o preço do produto final. “É preciso considerar que, mesmo as indústrias que fabricam produtos nacionais, usam componentes importados. Com o aumento do frete, consequentemente, há um aumento no valor dos impostos. Por sua vez, essas taxas contribuem para o encarecimento do valor do produto já na liberação no porto, a grosso modo, em 10%. É o efeito cascata que termina no valor do produto ao consumidor final, que tem um aumento proporcional a partir de 4%”, afirma Pilarski.
Fonte:Paranashop
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