Nesta quarta-feira (12), a ponta vendedora prevaleceu nos negócios com ações de empresas que atuam sob qualquer tipo de concessão – rodovias, portos, saneamento - e que possam estar sujeitas à intervenção do governo. Segundo operadores, não há lógica para o movimento, inclusive porque boa parte dos papéis vendidos não se enquadra na situação do setor elétrico, em que grande parte das concessões vencem nos próximos anos.
“Se for concessão, o investidor está vendendo hoje, sem perguntar de que tipo é. O mercado, principalmente o investidor estrangeiro, não gosta de intervenção do governo. Na dúvida, ele foge dos papéis que podem sofrer algum tipo de ingerência política”, resumiu um operador.
A lista de baixas no fechamento do dia traz as empresas de saneamento – cujas concessões são estaduais - Sabesp ON (-6,58%), Copasa ON (-9,43%) e Sanepar PN (-10,62%); a administradora de portos Santos-Brasil Unit (-11,71%); e as concessionárias de rodovias CCR ON (-8,75%), Ecorodovias ON (-3,71%) e OHL ON (-5,96%).
Um operador destaca que o movimento do mercado é tão irracional que derrubou as ações da OHL Brasil, que está em processo de troca de controle e deve realizar uma oferta de aquisição dos papéis em circulação no mercado.
De todas estas empresas, a única que apresenta um maior risco, segundo analistas, é a CCR. Duas concessões importantes da companhia estão próximas de vencer: a rodovia presidente Dutra e a ponte Rio Niterói, que representam juntas cerca de 20% da receita da empresa. O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, já sinalizou que as concessões licitadas pelo governo FHC em 1992 não serão renovadas de forma automática. O governo deverá reduzir sensivelmente a taxa de retorno desses investimentos, feitos dentro de uma realidade macroeconômica.
Fonte: Valor / Téo Takar
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