A B&A Mineração, empresa de André Esteves (BTG Pactual) e do ex-presidente da Vale, Roger Agnelli, aposta no potencial das culturas do milho e da soja e compra participações em empresas de nutrição vegetal.
A Mbac Fertilizantes teve seu maior ganho diário em um ano após a B&A anunciar, no último dia 13, que adquiriu uma participação de US$ 37,2 milhões na companhia para se tornar o maior acionista.
O empreendimento vai competir com as grandes mineradoras, como a Vale e a Anglo American, que estão gastando US$ 18,9 bilhões em projetos de fertilizantes no Brasil para os próximos cinco anos. Enquanto ocorre a desaceleração do crescimento e da atividade industrial na China, o maior parceiro comercial do Brasil, e os preços do ferro e de outros metais estão mais baixos, a demanda por fertilizantes deve se manter aquecida com a expectativa de colheita brasileira abundante de soja e milho.
“A indústria de fertilizantes não está contaminada pela crise global e pelo menor crescimento que o Brasil está experimentando”, disse o presidente e COO da Mbac, Roberto Busato Belger. “Este setor tem alguns fundamentos que ainda estão no lugar. É um setor que atende à questão da segurança alimentar no mundo, que tem uma lógica totalmente diferente”, afirmou.
“Há uma expectativa de que, nos próximos anos, o Brasil vai reduzir sua dependência do mercado externo. A perspectiva é extremamente positiva”, afirmou Jose Rezende, chefe de agronegócios para as Américas da PricewaterhouseCoopers.
Mario Barbosa, ex-diretor dos negócios de fertilizantes da Vale e da Bunge, disse que enquanto a produção brasileira continuar crescendo, o país vai continuar a importar fertilizantes para suprir a demanda local. “O país não tem fosfato e depósitos de potássio suficientes para atender às necessidades”, contou em entrevista por telefone em São Paulo. “Isso é uma condição natural”.
“Fertilizantes estão ligados aos alimentos e a perspectiva, felizmente, é a de que mais pessoas em todo o mundo estão comendo mais e melhor”, disse Fabio Spina, integrante do conselho da B&A. “A África destaca-se, juntamente com o Brasil, como os principais centros de produção para atender a essa necessidade”, relatou.
A B&A, empresa com base em São Paulo, foi criada para investir até US$ 520 milhões em minas na África e América Latina. A companhia está de olho em projetos que incluem cobre, minério de ferro, fosfato e titânio, segundo o CEO Eduardo Ledsham, um ex-diretor da Vale. O Banco BTG Pactual e a AGN Agroindustrial, Projetos e Participações Ltda, têm, cada um, 50% de participação na B&A.
Fonte: Bloomberg News
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