O Banco do Brasil (BB) contabilizou investimentos de US$ 11 bilhões no financiamento de exportações e de importações no ano passado, o que equivale a cerca de 35% dos US$ 31 bilhões operados pelo sistema financeiro nacional em adiantamentos de contratos de câmbio (ACC) e em adiantamentos sobre cambiais entregues (ACE). O número foi divulgado ontem pelo diretor Internacional do BB, Admilson Monteiro Garcia.
Esta movimentação de recursos garante liderança inconteste ao BB nesse segmento de mercado, afirma Garcia. Segundo ele, o BB expandiu sua participação em todas as operações de financiamento ao comércio externo, mas o destaque ocorreu na linha de pré-pagamento, que cresceu 608% em relação a 2008.
O pré-pagamento funciona na realidade como uma linha de financiamento de longo prazo, com operações de até 120 meses, remunerada pela Libor (taxa de juros do mercado londrino), que tem custo menor que os juros cobrados nos empréstimos para capital de giro. Os exportadores procuram, então, capitalizar-se na linha de pré-pagamento, o que explica em parte o desembolso de US$ 3,2 bilhões do BB, em 2009, contra US$ 500 milhões, no ano anterior.
Admilson Garcia explica, porém, que a expansão do BB no financiamento das exportações é devida a vários fatores, a começar pela falta de crédito determinada pela crise financeira internacional. Ele disse que o BB tinha alta liquidez e recursos compatíveis com a demanda do mercado, no auge da crise, e por isso o banco foi considerado como uma espécie de porto seguro.
De acordo com Garcia, o conforto financeiro permitiu à instituição apoiar os exportadores em tudo que eles precisam. Com isso, crescemos consideravelmente mais que os outros. Garcia destacou, além disso, a excelência da clientela do BB, que trabalha com baixos índices de inadimplência, o que dá à instituição tranquilidade para atender às necessidades de seus clientes.
Apesar de os efeitos da crise financeira terem se dissipado e o acesso ao crédito ter melhorado muito, especialmente por força dos bancos públicos, Garcia se diz confiante também no contínuo crescimento da carteira de exportações do BB neste ano. Para ele, janeiro começou muito bem, com boa demanda por financiamentos de exportações, e isso mostra que o mercado continua aquecido.
O adiantamento de contrato de câmbio é um financiamento para viabilizar a produção, antecipado em até 180 dias antes do embarque. O banco desembolsa reais pelo equivalente em dólares contratados, com a vantagem de que o ACC pode ser mantido por mais 180 dias, a contar do embarque da mercadoria, antes do efetivo pagamento.
Quadro título
BB liberou R$ 21,8 bi para safra 2009/10
O Banco do Brasil (BB) liberou R$ 21,8 bilhões no primeiro semestre da safra 2009/2010, iniciada em 1º de julho. O valor é 19% maior que no mesmo período da safra 2008/2009. Em nota distribuída ontem, a instituição financeira informa que, do total de recursos desembolsados, R$ 14,8 bilhões se destinaram a operações de custeio, o que equivale a mais de 67% dos recursos liberados.
Foram aplicados mais de R$ 16,6 bilhões na agricultura empresarial, em operações de custeio, investimento e comercialização, crescimento de 18% em relação à safra 2008/2009. O destaque são as contratações do Proger Rural, que totalizaram R$ 1,6 bilhão, em mais de 36,5 mil contratos. Na agricultura familiar foram destinados R$ 5,2 bilhões em operações de custeio e investimento, aumento de 23% em relação ao mesmo período da safra anterior.
O destaque é o Programa Mais Alimentos, que contratou R$ 850 milhões, totalizando 18,6 mil operações. Segundo o BB, o maior incremento ocorreu nas áreas financiadas de soja e arroz. Para a oleaginosa, os desembolsos somaram R$ 4,9 bilhões, crescimento de 27% em relação à safra anterior, representando 5 milhões de hectares, área 59% maior que a do ano anterior. Para o arroz, a liberação foi de R$ 1,1 bilhão, 9% maior que em 2008, com área de 628 mil hectares (48% superior a do ciclo anterior). Com a redução da área plantada com milho, o desembolso para a cultura caiu 23%, para R$ 2,1 bilhões, atingindo uma área de 1,8 milhão de hectares, 6% inferior à do ano anterior.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ)
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