A BHP Billiton prometeu ontem desafiar o pessimismo que toma conta da indústria do minério de ferro, afirmando que a ampliação de suas operações australianas conseguirá ser lucrativa apesar dos atuais preços baixos.
O ingrediente usado na produção do aço é uma das commodities de pior desempenho neste ano. O preço já caiu mais de 40% para menos de US$ 80 a tonelada - o menor nível desde 2009 - depois que uma nova onda de fornecimento por via marítima inflou a demanda. Com isso, algumas grandes mineradoras começaram a questionar se as três grandes fornecedores mundiais - BHP, Rio Tinto e Vale - deveriam manter seus planos de aumento de produção, especialmente com a demanda caindo na China, que é o maior consumidor desta matéria-prima.
Mas a BHP, a maior companhia mineradora do mundo em valor de mercado, prometeu ontem reduzir os custos de produção em suas minas de minério de ferro na região de Pilbara, na Austrália ocidental, em mais de 25%, enquanto tenta superar a Rio Tinto como a produtora mais barata de minério de ferro do mundo.
"Continuaremos espremendo o limão porque no fim das contas isso aumenta o valor", disse Jimmy Wilson, o presidente da divisão de minério de ferro da BHP. "Esses projetos estão bons para serem tocados agora", acrescentou ele. "Não posso fazer nada a não ser isso... É o que nossos acionistas esperam que façamos."
Juntamente com os resultados anuais divulgados em agosto, a BHP esboçou planos para aumentar a produção anual de suas minas de Pilbara de 225 milhões de toneladas para 290 milhões de toneladas, ao custo de US$ 50 a tonelada de capacidade instalada. A BHP disse que poderá cortar o custo da expansão para cerca de US$ 30 a tonelada, ou investimento total de cerca de US$ 2 bilhões.
"Isso não está voltado para a competição - visa melhorar as margens e os volumes de nosso próprio negócio", disse ele.
No geral, a BHP almeja reduzir os custos de produção, excluindo frete e royalties, para menos de US$ 20 a tonelada no médio prazo, em comparação a US$ 27,50 no exercício do ano passado. "Qual é a melhor oportunidade individual para direcionar o fluxo de caixa livre? É aumentar os volumes de nossa capacidade instalada", disse Wilson. "Essa é a coisa mais geradora de valor que podemos fazer em nosso negócio."
(Fonte: Valor Econômico\Thomas Hale e Neil Hume | Financial Times, de Londres)
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