Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) devem crescer a uma taxa anual de 6% entre 2012 e 2015, mas o objetivo é ampliar esse crescimento para algo entre 8% e 10%, segundo o presidente da instituição, Luciano Coutinho. No total, os investimentos no período devem somar R$ 1,8 trilhão, segundo apresentação feita nesta segunda-feira em evento promovido pela Anefac, associação que reúne executivos de finanças.
O presidente do BNDES espera que em algumas áreas, como a extrativa mineral, os desembolsos sejam maiores do que é estimado hoje, com base na liberação de licenças ambientais no complexo Serra Azul, de minério de ferro, em Minas Gerais.
Coutinho afirma que o governo está trabalhando para reduzir os custos sistêmicos a fim de estimular investimentos em infraestrutura e logística, que dependem de planejamento de prazo muito longo. Essa é uma estratégia, diz ele, para consolidar o crescimento sustentável no longo prazo. Para Coutinho, a saúde dos indicadores fiscais, a redução dos juros e a existência de uma fronteira de investimentos rentáveis devem permitir que o Brasil cresça a “taxas expressivas, superiores a 4% nos próximos anos”.
Cartão BNDES cresce 55% em 12 meses
O crescimento dos desembolsos com o Cartão BNDES, que visa financiar os investimentos das micro, pequenas e médias empresas, foi de 55% nos 12 meses encerrados em junho deste ano, segundo Luciano Coutinho. Desde a criação do programa, foram emitidos 535 mil cartões, com desembolso total de R$ 9,06 bilhões.
O ticket médio da operação de crédito com esse instrumento é de R$ 14 mil, segundo Coutinho, o que evidencia seu papel no fornecimento de capital de giro para pequenas empresas formais. Ele afirmou que como o banco não possui uma rede de agências e opera por meio de outras instituições bancárias, o Cartão BNDES foi a alternativa encontrada para melhorar o acesso das companhias de menor porte aos financiamentos do banco de fomento.
Para Coutinho, o crescimento dos desembolsos no último ano “mostram que temos sido fonte de oxigênio para as pequenas e médias empresas. É uma inverdade dizer que o banco não tem feito nada por essas empresas”. Outra linha do banco destacada por Coutinho, o Progeren, também procura fornecer capital de giro para as médias empresas, com faturamento anual entre R$ 60 milhões e R$ 90 milhões. Segundo ele, essas são as empresas que mais sofrem quando há moderação no ritmo de concessão de crédito.
Fonte: Valor
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