O Brasil importou 29,1 milhões de toneladas de fertilizantes nos primeiros nove meses deste ano, um novo recorde para o período. O volume das compras foi 20% maior que o registrado no mesmo intervalo do ano passado, quando as importações somaram 24,6 milhões de toneladas.
O aumento ocorreu como reflexo da expansão das áreas de plantio de soja, milho e algodão e das chamadas compras "spot", feitas de maneira oportuna ou esporádica. As informações são do boletim logístico de outubro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
PUBLICIDADE
A estatal destacou, no entanto, que produtores e comerciantes de insumos agrícolas relataram a ocorrência de atrasos nas entregas dos adubos. Segundo esses relatos, a frota de caminhões disponível não está suportando o aumento de volume a enviado dos portos a Mato Grosso, por exemplo.
De acordo com a Conab, não há indicativo até o momento de problema de oferta de fertilizantes para esta safra, mesmo com a suspensão temporária das exportações desses produtos imposta pela China. Nos últimos dez anos, as importações brasileiras de fertilizantes chineses cresceram 606,13%, saindo de 674,9 mil toneladas, em 2012, para 4,09 milhões de toneladas, em 2021.
"O que mais preocupa neste cenário é que, segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o Brasil produz entre 16% e 20% do que consume. Ou seja, o país é altamente dependente do mercado externo. Como a demanda brasileira e mundial é crescente, há de se ter uma atenção especial, inclusive com a infraestrutura logística", diz o boletim da Conab.
Fonte: Valor