O fluxo de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil está em alta, e a China continuará sendo o maior investidor no país este ano, seguida pelos Estados Unidos. A implementação de alguns projetos, porém, está atrasada devido à forte valorização do real.
Isso foi o que afirmou ontem em Genebra o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira, depois de presidir a conferência anual da Associação Internacional de Agências de Promoção de Investimentos (Waipa, na sigla em inglês).
Uma pesquisa entre as 176 agências de promoção de investimentos de 140 países apontou o Brasil e a China como os destinos preferidos para atrair investimentos externos no próximo ano, com 19% das preferências, segundo informou Teixeira. A Índia ficou em terceiro lugar, com 15%, seguido pelos Estados Unidos, com 10%.
Para o secretário, a crise econômica nos Estados Unidos e na Europa estaria apressando as decisões das empresas de investir no Brasil. Ele exemplificou dizendo que espera fechar negociações ainda este ano para atrair quatro investimentos bilionários ao país. Um deles, de uma empresa japonesa na área de transporte e infraestrutura, poderá atingir os US$ 3 bilhões Há projetos também de uma companhia europeia, de uma chinesa e de uma americana.
Teixeira informou que uma delegação da empresa taiwanesa Foxcomm estava ontem em Belo Horizonte para se encontrar com o ministro Fernando Pimentel, a fim de examinar a possibilidade de o Estado de Minas Gerais ser o local de funcionamento uma futura fábrica de produção de tabletes e telefones, inclusive para a Apple.
Teixeira disse que o MDIC aumentou assim a estimativa de investimento estrangeiro direto em 2011 de US$ 50 bilhões para US$ 55 bilhões. Na verdade, a sua previsão é abaixo dos US$ 65 bilhões mencionados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em maio, quando o Banco Central já tinha a projeção de US$ 55 bilhões.
Teixeira admite, em todo caso, que a valorização forte do real faz com que algumas empresas anunciem investimentos, só que elas demoram mais para dar início aos projetos.
O presidente da Waipa admitiu que errou quando informou na semana passada que o fluxo global de investimentos poderia declinar até 20% em 2011/12 por causa da crise. Na verdade, diz Teixeira, é o fluxo de investimento externo direto para os países desenvolvidos que pode cair até esse percentual. O fluxo para emergentes continuará em alta. O volume global pode aumentar 10% este ano, aumentando para US$ 1,33 trilhão
Fonte: Valor Econômico/Por Assis Moreira | De Genebra
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