A economia brasileira apresenta uma das mais baixas taxas de investimento do mundo. Entre 170 países, o Brasil ocupa a 126ª posição, na média, para o período 2003-14 – incluindo a projeção do FMI para este ano. A informação é do economista Reinaldo Gonçalves, professor de Economia Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Gonçalves disse não se surpreender, por isso, com a inclusão do Brasil entre os “Cinco Frágeis” – países sob risco monetário – ao lado de África do Sul, Índia, Indonésia e Turquia, segundo o Banco Morgan Stanley.
O professor cita seu estudo Brasil negativado, no qual analisa o desempenho da economia no período de governo do PT. E conclui que a fragilidade do Brasil é “particularmente evidente” quando se analisa o desequilíbrio de estoque – posição líquida de investimento internacional (ativo externo menos passivo externo).
“Este é, na realidade, um dos mais robustos indicadores de vulnerabilidade externa estrutural. Os dados disponíveis mostram a evidente deterioração da posição do Brasil no ranking mundial. Em 2006 o Brasil estava ‘negativado’ em US$ 365 bilhões. Em 2011, o passivo do Brasil era de US$ 738 bilhões”, compara, acrescentando que o país passou da 6ª posição no ranking mundial para o quarto lugar entre os mais vulneráveis financeiramente, superado apenas por Austrália (3º), Espanha e o líder Estados Unidos.
“Naturalmente, não é possível comparar o Brasil com os Estados Unidos – país com o maior déficit (US$ 4 trilhões), simplesmente porque este país é o epicentro dos sistemas financeiro e monetário internacional”, ressalva.
Para sintetizar sua análise do desempenho da economia associada à crítica dos problemas estruturais, o professor da UFRJ define a forma de inserção do Brasil na economia mundial como Modelo Liberal Periférico (MLP).
Fonte: Monitor Mercantil
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