Reflexo direto da opção da política econômica brasileira, que privilegia o agronegócio e de commodities, o aumento nas quantidades exportadas no primeiro semestre deste ano foi insuficiente para compensar a queda nos preços internacionais.
Apesar de alguns produtos, como soja, carne de frango, petróleo e minério de ferro, terem batido recorde no volume vendido, a redução dos preços das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) resultou em queda nos valores exportados.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a quantidade exportada cresceu 8,1% de janeiro a junho em relação ao mesmo período do ano passado. O preço internacional, no entanto, caiu 20,6%. Nas importações, tanto o volume (-8,8%) quanto os preços médios (-10,7%) caíram no acumulado do ano.
Segundo dados divulgados ontem, quarta-feira, pelo MDIC, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – fechou o primeiro semestre com superávit acumulado de US$ 2,222 bilhões. O resultado é o melhor para o período desde 2012, a última vez que o indicador tinha registrado superávit nos seis primeiros meses do ano.
Em junho, a balança registrou superávit de US$ 4,527 bilhões, revertendo o resultado negativo de cerca de US$ 2,305 bilhões acumulados até maio. No mês passado, o país exportou US$ 19,628 bilhões e importou US$ 15,101 bilhões. Segundos os dados, o superávit em junho foi o segundo melhor resultado para o mês, perdendo apenas para junho de 2009 (US$ 4,603 bilhões).
Em junho, alguns produtos registraram recorde nas quantidades exportadas. Os embarques de soja somaram 9,8 milhões de toneladas, melhor nível mensal da história. A exportação de frango in natura (não industrializado) atingiu 371 mil toneladas, também o volume mais alto registrado em um único mês para o produto.
Entretanto, os preços internacionais anularam o aumento das quantidades. A maior queda ocorreu com o minério de ferro, cuja cotação caiu 52,3% no primeiro semestre em relação aos seis primeiros meses de 2014.
Fonte: Monitor Mercantil
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