O principal desafio da renegociação em curso do acordo automotivo entre Brasil e México será a definição de um percentual mínimo, comum aos países, de peças nacionais usadas pelas montadoras na produção de seus veículos.
Ontem, quase um mês após o governo brasileiro ameaçar romper a parceria, os mexicanos concordaram em continuar negociando a revisão do tratado, assinado em 2002, que permite o livre comércio bilateral de carros.
As negociações visam equilibrar uma balança comercial que foi negativa em US$ 1,7 bilhão para o Brasil em 2011 e devem se estender até a próxima semana.
O estabelecimento de um índice de nacionalização único para os dois países é considerado crucial pelo governo brasileiro. No caso do Brasil, o percentual de peças nacionais, que determina quando um carro é considerado nacional, é de 65%. No México, é de 30%.
Desde dezembro passado, o Brasil cobra 30 pontos percentuais a mais de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de carros que não sejam fabricados no país, no Mercosul ou no México.
COTAS FLEXÍVEIS
Uma das principais propostas na mesa para limitar as importações de veículos mexicanos é a adoção do chamado regime "flex", em que quanto menos um país importa do outro, menos pode exportar. Outra opção é o estabelecimento de cotas fixas.
O Brasil também quer a inclusão de veículos pesados no acordo de livre comércio.
Procurado pela reportagem, o governo informou somente que as negociações continuam.
A Embaixada do México no Brasil não se pronunciou sobre a revisão do acordo.
Fonte: Folha de São Paulo/MAELI PRADO/DE BRASÍLIA
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